Banda se reinventa no segundo disco com trip-hop sexy
O ambiente em que a banda norte-americana Warpaint, formada pelas artistas Emily Kokal, Theresa Wayman, Jenny Lee Lindberg e Stella Mozgawa, trafega é bastante concorrido dentro da cena alternativa mundial. Bases digitais, voz feminina suave, atmosfera melancólica, etc. É o chamado “dream pop”, subgênero que tem poderosos expoentes como o Beach House, jj, entre outros. Assim como essas bandas, o Warpaint bebe em fontes de inspiração como Joni Mitchell e Cocteau Twins.
Neste segundo trabalho, o grupo mostrou que segue como time de primeira linha nessa turma ao mostrar um disco complexo, com bom equilíbrio de minimalismo experimental e batidas cheias de peso. Segundo a vocalista Emily Kokal, o disco teve influência do hip hop, se afastando mais do rock e apostando mais em bases cheias de peso para criar um ambiente mais sensual e com mais ritmo. Assim, a banda se distancia de seu trabalho de estreia, The Fool, lançado em 2010.
Foi uma reinvenção rápida, mas que parece dar certo. Com mais percussão e apostando em guitarras acústicas, o Warpaint se arrisca dentro do estilo que as fizeram conhecidas. Funciona como uma correção de percurso na carreira da banda, que assume agora uma postura menos post-rock e mais trip-hop. Nessa transformação, claro, ainda pode se tornar mais radical, como algumas faixas indicam. Outras como “Love Is To Die” e “Hi” indicam que a evolução foi para melhor. [Rafael Curtis]
WARPAINT
Warpaint
[Rough Trade, 2014]
Nota: 8,0