O produtor e arranjador Quincy Jones, uma das figuras mais influentes da música mundial, faleceu neste domingo (3) aos 91 anos em sua residência em Bel Air, Los Angeles. A causa da morte não foi divulgada, mas seu assessor, Arnold Robinson, informou que ele estava acompanhado pela família no momento de seu falecimento.
Com uma carreira de mais de seis décadas, Jones foi importante para a música pop, jazz e R&B, colaborando com artistas como Michael Jackson, Frank Sinatra, Ray Charles, Ella Fitzgerald e Aretha Franklin. Jones é reconhecido pelo impacto de seu trabalho na produção dos álbuns de Michael Jackson, incluindo Off the Wall (1979), Thriller (1982) e Bad (1987), que influenciaram a indústria fonográfica.
Além de produzir, Jones também se destacou no Grammy, com 28 troféus e mais de 80 indicações ao longo de sua trajetória. Em 1985, ele produziu We Are the World, reunindo 46 artistas em uma ação de caridade para apoiar a crise de fome na Etiópia.
Quincy Jones também trabalhou no cinema e na televisão, compondo trilhas sonoras e produzindo séries, como Raízes e Um Maluco no Pedaço, que lançou Will Smith. Nos cinemas, Jones colaborou em filmes como A Cor Púrpura, No Calor da Noite e Doze Homens e uma Sentença. Seu trabalho foi reconhecido com sete indicações ao Oscar, e em 1995, ele recebeu um prêmio honorário da Academia por suas contribuições culturais.
Nascido em Chicago, Quincy Delight Jones Jr. teve uma infância marcada por dificuldades, incluindo a separação dos pais e o diagnóstico de esquizofrenia de sua mãe. Aos 10 anos, ele começou a estudar música e a tocar trompete, e aos 14 anos conheceu Ray Charles, em um encontro que influenciou seu futuro. Em 1961, Jones tornou-se o primeiro afro-americano a ocupar o cargo de vice-presidente de uma grande gravadora, a Mercury Records, e em 1971, assumiu a direção musical do Oscar.
Jones também teve uma relação próxima com a música brasileira, colaborando com artistas como Milton Nascimento, Ivan Lins, Simone e Paulinho da Costa, percussionista que participou de várias de suas produções. Jones sempre expressou sua admiração pela música brasileira, que ampliou suas influências criativas.
Além dos prêmios Grammy e do Oscar honorário, Quincy Jones recebeu um Tony Award em 2016 pela produção de A Cor Púrpura na Broadway.