Zé da Flauta é testemunha da efervescência cultural e musical em Pernambuco no livro Tempos Psicodélicos e Outros Tempos

Material reúne uma década de anotações e traz relatos pessoais sobre o movimento psicodélico pernambucano e nordestino

Ze da Flauta no Quinteto Violado 1976 Arquivo Pessoal
Zé da Flauta e Quinteto Violado em 1976. (Arquivo Pessoal do autor).

O músico, compositor e produtor cultural, Zé da Flauta prova sua habilidade como contador de histórias no livro Tempos Psicodélicos e Outros Tempos, lançado pela Cepe Editora. Através da memória e de relatos pessoais, Zé conduz o leitor a desvendar fatos importantes da música pernambucana ocorridos nos últimos 50 anos.

Em 300 páginas, o livro reúne dados autobiográficos e da história política e cultural recente. Os efervescentes anos 1960 são o ponto de partida, estendendo-se até a década passada. Nos destaques dos anos 1970, está a conexão de Zé da Flauta com  Lailson de Holanda (1952-2021) e Paulo Rafael (1955-2021) – com os quais fundou a banda Phetus -, Lula Côrtes (1949-2011), Zé Ramalho, Flaviola (1952-2021), Alceu Valença e a bandas, a exemplo de Ave Sangria, no Udigrudi pernambucano.

Tempos Psicodélicos e Outros Tempos é resultado de cerca de uma década de anotações. Seu processo de escrita foi durante o período de isolamento da pandemia e seu propósito está em dar vez aos relatos de quem viveu momentos do movimento psicodélico nordestino.

Capa Tempos psicodelicos e outros tempos
Capa do livro, lançado pela Cepe Editora.

A experiência de Zé da Flauta como músico inclui trabalhos com o Quinteto Violado, Alceu Valença, Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Anastácia, a Banda de Pífanos de Caruaru, Jackson do Pandeiro, entre outros. No livro, o autor resgata sua participação nas gravações dos discos Coração Bobo, Cinco Sentidos e Cavalo de Pau de Alceu Valença, bem como em turnês internacionais e festivais, como Rock in Rio (1985). 

Sobre a atuação como produtor, o autor detalha experiências que contribuíram para alavancar a carreira de Lenine, do alagoano Carlos Moura, e bandas como Cascabulho e Querosene Jacaré.