Primeiro Festival Literário das Periferias abraça espaços culturais e escolas do Recife

O evento conta com a temática “O Direito à Literatura” e homenagens às escritoras Inaldete Pinheiro e Odailta Alves

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Foto: Thays Medusa/Divulgação.

O Festival Literário das Periferias (Fliperifa) estreia no Recife com a temática O Direito à Literatura e presta homenagem às escritoras nordestinas Inaldete Pinheiro e Odailta Alves, mulheres periféricas que contribuem para a literatura brasileira. O evento ocorre em três datas e locais diferentes, ocupando espaços culturais nas comunidades da Torre, Pina e Ibura nos dias 18 de maio, 25 de maio e 1º de junho, respectivamente. A programação inclui rodas de conversa, oficinas, recitais de poesia e intervenções da Malateca em escolas municipais dessas localidades.

O Fliperifa busca promover o acesso à arte, especialmente às expressões literárias, nas zonas periféricas, além de estimular debates sobre a literatura e incentivar a leitura e a escrita. O festival conta com acessibilidade comunicacional, incluindo intérpretes de libras nas atividades artísticas, e é gratuito, com inscrições necessárias para as oficinas. Trinta por cento das vagas são reservadas para profissionais da educação pública.

A programação é diversificada, com atividades como rodas de diálogo, formações em espaços arte-educativos, recitais de poesia e oficinas como Poesia Cantada, Conhecendo a Literatura Marginal Contemporânea e Rima – Entre a Escrita e o Freestyle. O evento também inclui o Slam – Recital Já Pá Rua, que homenageia o poeta das ruas recifenses Japa.

O festival é um projeto de arte e educação idealizado por Palas Camila e foi aprovado no edital Multilinguagens Recife Criativo, da Lei Paulo Gustavo (LPG) do Recife – Secretaria de Cultura/Fundação de Cultura da Cidade do Recife. A curadoria literária do evento foi feita por Bell Puã, poeta, cantora e compositora pernambucana.

“O Direito à Literatura defende que todas as pessoas tenham acesso à arte, principalmente às expressões literárias. O Festival Literário das Periferias visa compartilhar o papel das comunidades recifenses nos debates sobre a literatura. Estamos perpetuando a arte nas zonas sul, leste e oeste da cidade do Recife e consideramos que os encontros são uma troca cultural entre essas regiões, além da expansão de saberes e conhecimentos”, destaca Palas Camila, também coordenadora geral.

As escritoras homenageadas, Inaldete Pinheiro e Odailta Alves, são figuras importantes na cena artística nordestina, contribuindo com suas obras literárias e ativismo em prol dos Direitos Humanos e do combate ao racismo. Inaldete Pinheiro é enfermeira sanitarista, fundadora do Movimento Negro do Recife, e tem obras como Maracatu de Real Realeza e Escritos das Escravidões. Odailta Alves, além de escritora, é educadora e atriz, com livros como Clamor Negro e Afrochego: Poemas Para Acalentar Meu Povo.

Serviço:
18 de maio (sábado)
Local: Rioteca (bairro da Torre)
Manhã
Roda de conversa: O Direito À Literatura
Convidadas: Inaldete Pinheiro e Odailta Alves
Mediadora: Bell Puã
Tarde
Oficina – Poesia Cantada
Mediadora: Adelaide Santos
Slam – Recital Já Pá Rua
25 de maio (sábado)
Local: Livroteca Brincante do Pina
Manhã
Roda de conversa: Escrevivências na cidade do Recife
Convidada: Karinne Costa; Convidado: Marcondes FH
Mediadora: Amanda Timóteo
Tarde
Oficina: Conhecendo a Literatura Marginal Contemporânea
Mediadora: Patricia Naia
Slam – Recital Já Pá Rua
1º de junho
Local: Associação da Tancredo Neves (Ibura)
Manhã
Roda de conversa: Caneta de Mulher Escrita é Sobrevivência
Convidada: Priscila Ferraz e Elke Falkoniere
Mediador: Marcone Ribeiro
Tarde
Oficina: Rima – Entre a Escrita e o Freestyle
Mediadora: Original Lety
Slam – Recital Já Pá Rua