Lugares de Memória da Escravidão e da Cultura Negra em Pernambuco, novo título da Cepe, tem lançamento nesta quinta (30)

Obra percorre bairros e cidades, e pontua a importância histórica de locais de encontros e de resistências da cultura negra

capa livro cepe
Arte de capa Lugares de Memória da Escravidão e da Cultura Negra em Pernambuco. (Foto: Divulgação/Cepe Editora).

No mês da Consciência Negra, a Cepe Editora lança o livro Lugares de Memória da Escravidão e da Cultura Negra em Pernambuco. Organizada pela historiadora Isabel Cristina Martins Guillen, a obra colaborativa reúne textos de pesquisadores acadêmicos que buscam desfazer o esquecimento sobre a história da escravidão e das resistências nos espaços públicos do Estado.

O lançamento, aberto ao público, acontece nesta quinta-feira (30), a partir das 18h, no Centro da Cultura Afro-Brasileira, instalado na casa de número 34, no Pátio de São Pedro. O evento promoverá um bate-papo com os autores e uma apresentação cultural da Banda Abê Adu Lofé, formada por músicos afrodescendentes e quilombolas.

Fruto de um projeto aprovado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura, o Funcultura, o título conta com ensaios assinados por Marcus Joaquim Maciel de Carvalho, Ezequiel David do Amaral Canário, Robson Pedrosa Costa, Marcelo Mac Cord, Gabriel Navarro de Barros, Janine Primo Carvalho Meneses, Ivaldo Marciano de França Lima, Raphael Souza Lima, Rosely Tavares de Souza, além da organizadora Isabel Cristina Martins Guillen.

Como um trabalho de história pública, a obra colabora inventariando em Pernambuco lugares de memórias na perspectiva de estimular o debate sobre o apagamento. Dessa forma, percorre bairros e cidades, pontua a importância histórica de locais de encontros e de resistências da cultura negra, suas manifestações artísticas, religiosas, personagens e movimentos contextualizando o papel decisivo na formação da sociedade e na construção de identidades.

Ao longo do livro, estão relacionados locais como a Rua do Bom Jesus (que serviu para quarentena e venda de escravizados), o Pátio do Carmo (onde a cabeça de Zumbi dos Palmares teria sido exposta após assassinado), o Pátio do Terço (que abrigou terreiros e agremiações feitas por negros e onde acontece a Noite dos Tambores Silenciosos), entre outros tantos.

“Caminhando pelas ruas do Recife, lembramos que a cidade foi palco de mais de 300 anos de escravidão. Esta observação, naturalmente, se estende às cidades de Olinda, Paulista, Jaboatão dos Guararapes e Igarassu. Onde estão as marcas dessa história nas cidades? Podemos procurar os lugares que lembram esse período, mas não encontraremos com facilidade. Parece que a história da escravidão e da cultura considerada negra, herança da diáspora, permanece invisibilizada na cidade”, reflete Isabel Guillen.

SERVIÇO:
Lançamento do livro Lugares de Memória da Escravidão e da Cultura Negra em Pernambuco

Data: 30 de novembro, quinta-feira
Local: Núcleo da Cultura Afro-brasileira (Pátio de São Pedro, 34, São José, Recife)
Horário: 18h
Evento aberto ao público (acesso gratuito)
Preço do livro: R$ R$ 60,00