Crítica: The Explorers Club | Grand Hotel

CHEIO DE SAUDADE
Novo disco do Explorers Club é misto de referências dos anos 60 e 70, em que se destacam Beach Boys e a fase mais inocente dos Beatles adaptadas para os dias de hoje

Por Juliana Dias

The Explorers Club é uma daquelas bandas que parecem saídas de uma TV com chuviscos dos anos 60, com direito a integrantes de cabelão e costeletas. E bem que poderia ser uma delas, considerando a semelhança do grupo de Jason Brewer com The Byrds, Phil Spector e The Zombie.

No segundo álbum do grupo de seis, lançado entre vários EPs, encontramos mais uma vez a proximidade com o Beach Boys, especialmente no período mais psicodélico da banda. Daí o questionamento de alguns críticos: “é o segundo melhor álbum do ano: mas qual ano?”. Browen não liga para as comparações e afirma: “Eu queria ser como Marty McFly e voltar e tocar guitarra como Chuck Berry (…) Quando eu era criança, todo mundo estava assistindo desenhos animados, mas eu assistia a filmes VH1 e Elvis” (em entrevista para o Huffington Post).

Grand Hotel (2012 – sim, 2012) é como os vinis que os integrantes ouviam durante a infância, e abre com a instrumental “Acapulco” (que reaparece mais tarde na faixa 12, com vocal e tudo o mais que tem direito). Segue com “Run Run Run” e o agradável refrão “And I’ll run run run ‘til I get back to you / Run run run, do what I have to do / Run run run ‘til I get back in your arms again”, tipo de letra típica de todo o álbum, que fala de amores, escolhas da vida e muitos dias ensolarados.

E, para reforçar o clima sessentista, valem até palmas de “Go for You” e os vocais calmantes de “Summer Days, Summer Night”. O conjunto finaliza com “Open the Doors”, uma das mais calmas, com a mensagem de paz e amor dos versos “open the door and let love in / open the door and let it begin”. Em essência, o The Explorers Club continua o mesmo que tocou nos seriados The O.C., How I Met Your Mother e Bored to Death: descontraído e despretensioso, sem negar as suas influências e, cada dia mais, aproximando-se delas de forma perfeccionista, em um resultado que pode ser muito bem encaixado aos dias de hoje.

THE EXPLORERS CLUB
Grand Hotel
[Rock Ridge Music, 2012]

Nota: 7,0