Crítica – Disco: The Libertines | Anthems For Doomed Youth

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Para quem nunca acreditou que o Libertines daria a volta por cima no inferno astral que o grupo embarcou após as brigas entre os líderes Carl Barat e Pete Doherty – além dos abusos de drogas deste último – este novo trabalho é a prova de que eles estão no caminho para a boa forma de novo. Anthems For Doomed Youth recupera o carisma juvenil dos primeiros momentos da banda e aposta em riffs e batidas já exploradas por eles.

Neste primeiro álbum desde 2004 nos lembramos do porque gostávamos tanto do Libertines – a ingenuidade adolescente, o tédio dos vocais expressando cinismo ao mundo adulto, atitude de rock star blasé. Tudo isso soa fora de moda hoje em dia e por isso o único apelo desse trabalho é mesmo a nossa nostalgia de festas de 15 anos atrás, feitas com pouco dinheiro e regadas a vinho Carreteiro. Ainda que tenham bons momentos, como “Gunga Din” e a faixa-título, e até mesmo um aprimoramento das letras, o grupo ainda precisa apresentar alguma novidade que os sustente além do revisionismo.

Mas um primeiro passo foi dado: a banda retorna não apenas pelo dinheiro, mas como uma atitude quase quixotesca de sair do poço fundo em que caíram. Poucos nomes no rock destruíram tanto a própria reputação quanto o Libertines: de promessas do novo rock britânico passaram a párias de um mundo que não mais lidava com condescendência a atitudes autodestrutivas. Dispostos a retomar o potencial que nunca deixaram de ter, o grupo inglês retorna disposto a provar que ainda valem a pena.

Divulgação.
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