Crítica – Disco: Animal Collective faz elogio à desarmonia em novo disco

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7.5

O Animal Collective sempre fez uma espécie de elogio da desarmonia em suas músicas. Seus discos funcionam como um chama acesa para as possibilidades do rock e sempre foram pautados contra um formalismo rígido do gênero. Mas essa constante inovação tem resultados variados. E isso é perfeitamente compreensível uma vez que as composições sempre passeiam por caminhos inusitados.

Painting With, novo trabalho da banda, segue testando os limites da banda (e do próprio gênero rock em si), mas não alcança nenhum grande momento. Como já foi explicado pelo próprio grupo, a proposta deste novo disco foi cavar fundo em uma estética mais primal do som. A busca pela quintessência melódica pode ser percebida em músicas que são elogios à cacofonia, como “Bagels In Kiev” e “Hocus Pocus”. “Lying In The Grass” soa como um estudo silábico dos sons com sua estrutura matemática cheia de repetições. Soa como o math rock, sem que isso soe como um defeito.

Em algumas faixas, o grupo retorna para as estruturas melódicas de Merriweather Post Pavillion, sua obra-prima – é o caso do dançante single “FloriDada” e “Golden Gal”. Painting With é o recado de uma banda sempre disposta a experimentar, mas ciente de que o caminho das descobertas nem sempre é exitoso.

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