Crítica: Aláfia | Aláfia

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Disco de estreia do Aláfia mostra forte ligação com ritmos e história da África

Na língua africana iorubá Aláfia significa “felicidade” ou “caminhos abertos”. E é bem essa proposta o disco de estreia desta banda que bebe nos ritmos da África e também no funk dos anos 1970 e no hip hop norte-americano. Um trabalho com a antena ligada em um cosmopolitismo de diversos ritmos (samba, funk, tem de tudo) ao mesmo tempo em que viaja em um conceito de brasilidade sem muita afetação.

O vocal de Xenia França vai numa potência altíssima em faixas como “Ela é Favela” ou segue baixinho e sexy em “Homem Que Virou Música”. O disco tem potencial para alguns hits como “Baile Black”, “Mais Tarde” e a própria “Ela É Favela”, que tem participação de Lurdez da Luz. Este disco de estreia foi gravado ao vivo em estúdio e ainda que não traga uma grande mudança dentro da estética brasilidade-suingado-intercâmbio-afro, é um balaio interessante e criativo.

Outro grande feito do Aláfia é aproveitar a tradição da música negra dentro da cultura pop brasileira. Fazem tudo isso dentro de um vínculo com a África sem pretensão. Mais do que se apropriar da estética e da linguagem, como fazem muitas bandas, o grupo parece ir além e se impregna das raízes africanas no discurso, nas letras e em cada momento do disco. [Rafael Curtis]

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Aláfia
[YB Brasil, 2013]

Nota: 7,5