Crítica: Alabama Shakes | Boys & Girls

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Alabama Shakes faz estreia segura

Por Jaime Medeiros

O primeiro álbum do Alabama Shakes, Boys and Girls, é simplesmente um enorme espasmo de eletricidade e, qualquer um que adore músicas com aquele toque de Blues Rock, deveria procurar seguí-los imediatamente. Composta por três homens, e uma explosão jovial chamada Britanny Howard nos vocais e guitarra, o grupo formado no Alabama em 2008, oferece músicas carregadas de alma, fazendo deste um interessante e conciso debut.

Ainda, a composição da banda beira o impecável, escorrendo com uma catarse visceral totalmente livre de qualquer preocupação. A voz rígida e bela de Brittany Howard – principal destaque do álbum – parece ter sido encaixada no lugar certo. Dona de um grande alcance vocal, ela consegue variar desde um coro otimista na música “Hang Loose”, até os apelos e gritos crescentes de “You Ain’t Alone”, balada agradável que ocupa a quinta faixa do disco. Nesse último caso, é possível até escutar as pausas equanto ela grita “Come on/ Cry With me (Vamos lá/Chora comigo)”, em tradução livre. Tão honesto que mais parece te convencer de que ela é apenas uma velha amiga.

Em suma, Boys and Girls é um álbum corajoso e selvagem, uma compilação de músicas encharcada de sangue, suor e lágrimas. E mesmo que estejam um pouco atrasados para a festa, Alabama Shakes acaba mostrando-se uma banda com um profundo conhecimento dos principios básicos do gênero, e donos de um espírito curioso, tentando se manter numa reta crescente.

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Boys & Girls
[ATO, 2012]

Nota: 8,2