Cine PE 2024: Último dia de mostras competitivas contou com emoção e histórias de resistência

Documentário sobre liderança indígena e encontro familiar são algumas das obras exibidas no penúltimo dia do festival

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Equipe de "Geografia Afetiva". (Foto: Isabela Ferro.)

O Cine PE chegou ao seu quinto dia de exibições nesta segunda-feira, 10 de junho. As sessões iniciaram às 19h, com mostras competitivas de curtas-metragens nacionais e longas-metragens. Nínive Caldas, atriz pernambucana que apresenta o festival desde 2019, se emocionou com a última chamada da competição. “O cinema é uma arte muito especial. Tem o poder de entreter, emocionar, influenciar a cultura e a sociedade. Viva a sétima arte, viva o cinema brasileiro!”, declarou, sendo aplaudida pelo público.

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A primeira exibição da noite, com a Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais, foi Cacica – A Força da Mulher Xavante, de Mato Grosso, dirigido por Jade Rainho e Carolina Rewaptu. Documentário poético-musical, a obra narra a história de vida de Carolina Rewaptu, uma liderança indígena e a primeira Cacica brasileira. O filme aborda sua sobrevivência em meio a um dos maiores massacres e disputas territoriais do norte do Mato Grosso.

Seguindo a programação, Vermelho-oliva, do Rio de Janeiro, por Nina Tedesco, apresenta um encontro cinematográfico entre um avô militar e uma neta sindicalista, explorando as complexidades das suas relações familiares e políticas.

Guaracy, de São Paulo, uma animação dirigida por Eliete Della Violla e Daniel Bruson, segue a jornada de uma neta que investiga sua relação com seu avô, um policial aposentado que ama música. O curta utiliza a técnica de stop motion para criar um mosaico de afetos, memórias e imaginação, refletindo sobre amor, luto e a criação de identidade através da arte.

A segunda parte da noite foi dedicada à Mostra Competitiva de Longas-Metragens, com duas produções marcantes.

Geografia Afetiva, de São Paulo, um documentário de Mari Moraga, narra a busca da diretora por suas raízes familiares, separadas pela Guerra Civil em El Salvador. Em sua jornada do extremo sul do Brasil a El Salvador e Canadá, Mari reconstrói memórias familiares e pessoais, tecendo uma narrativa afetiva e histórica. “Hoje, o que vocês vão ver é uma história que aconteceu há 40 anos atrás e que se repete, infelizmente, em muitas famílias. Essa é uma tentativa em que a gente possa renovar a nossa realidade futura para as novas gerações”, a diretora comentou.

No Caminho Encontrei o Vento, representando Pernambuco, dirigido por Antonio Fargoni, é uma ficção que acompanha Pedro, um homem solitário vivendo em um parque eólico e lutando para vender o imóvel herdado de seu pai desconhecido. “Esse filme foi totalmente autofinanciado, não que isso seja motivo de orgulho. Eu adoraria ter aprovado esse filme em algum projeto. Na verdade, é uma obrigação que a gente tenha esse subsídio, nós artistas, mas nem todo mundo consegue. No Caminho Encontrei o Vento é um exemplo”, o protagonista e produtor Alexandre Guimarães compartilhou.

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Equipe de “No Caminho Encontrei o Vento”. (Foto: Isabela Ferro.)

O festival, sob a direção de Alfredo Bertini e Sandra Bertini, continua até hoje (11). Confira a programação completa.