Cepe lança coleção sobre a história de Pernambuco em parceria com o Instituto Arqueológico

As quatro primeiras obras chegam às livrarias nesta segunda-feira (6). O evento de lançamento está marcado para o dia 20 de março, na Academia Pernambucana de Letras

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A Coleção IAHGP é composta por quatro livros que resgatam um período relevante da história de Pernambuco. (Foto: Divulgação/Cepe Editora).

Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, O Brasil Heroico em 1817, Os Mártires Pernambucanos e Os Padres e a Teologia da Ilustração são os quatro títulos que acabam de ser publicados pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe Editora) em parceria com o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP). Até pouco tempo esgotadas, a reimpressão das obras inaugura a Coleção IAHGP, que chega às livrarias nesta segunda-feira (6), data que marca os 206 anos da Revolução Pernambucana.

De acordo com o historiador George Cabral, que faz a apresentação dos livros, a coleção nasceu inspirada no contexto das comemorações pelo bicentenário da Revolução Pernambucana de 1817. Por essa razão, os primeiros livros mantêm ligação com a época. “Mas a ideia é agregar novos títulos da história de Pernambuco, com a produção clássica, textos mais recentes e documentos históricos”, declara Cabral, que é professor na Universidade Federal de Pernambuco e sócio do IAHGP. O evento de lançamento está marcado para o dia 20 de março, uma segunda-feira, às 19h, na Academia Pernambucana de Letras (APL).

Sobre os títulos

Publicado pela primeira vez em 1918, O Brasil Heroico em 1817, de Alípio Bandeira (1873-1939), ganha segunda impressão pela Cepe depois de 105 anos desde seu lançamento. Na obra, o autor relata a história da insurreição de 1817, com capítulos dedicados a heróis e mártires, como Padre José Ignacio Ribeiro de Abreu e Lima (1768 – 1818), Domingos José Martins (1781 – 1817) e Domingos Teotônio Jorge (?-1817).

Já o livro Os Mártires Pernambucanos: vítimas da liberdade nas duas revoluções ensaiadas em 1710 e 1817, assinado pelo padre português Joaquim Dias Martins, tem sua primeira edição datada de 1853. É uma obra considerada por historiadores como manual do pernambucano revolucionário e importante fonte de informação para a história do movimento de 1817, sobretudo pelo fato de o autor ter consultado fontes já desaparecidas. A nova edição traz dados biográficos de 628 personagens da Guerra dos Mascates (1710- 1711) e da Revolução de 1817, em forma de verbetes, agrupados em dois blocos correspondentes aos dois acontecimentos.

Fruto da tese de doutorado em História Social defendida em 1981 pelo historiador e professor Antônio Jorge Siqueira, Os Padres e a Teologia da Ilustração é um dos mais robustos estudos sobre a participação do clero no movimento revolucionário. Fundamentado por vasta pesquisa documental em acervos portugueses e brasileiros, foi lançado há 14 anos pela Editora Universitária da UFPE, ganhando segunda edição pela Cepe. Com 223 páginas, o livro dedica capítulos à atuação do clero em Pernambuco e ao envolvimento de sacerdotes na luta armada.

Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife (1822-1850) foi também lançado originalmente pela Editora Universitária da UFPE, porém cerca de 17 anos mais tarde, em 1998. O livro, de autoria do professor de história na Universidade Federal de Pernambuco Marcus Carvalho, tem 248 páginas, está dividido em três partes e traz uma análise profunda sobre a escravidão na primeira metade do século 19. O historiador apresenta o Recife da época, identifica os grandes traficantes de escravos que atuavam no comércio entre a África e Pernambuco e relata as formas de resistência dos escravizados.

Todos quatro títulos poderão ser adquiridos por R$ 50 (impresso) e R$ 20 (e-book). “A coleção é um importante registro histórico feito através de livros que certamente apoiarão futuros pesquisadores. Dos quatro títulos lançados agora, dois são de autoria de membros do IAHGP e isso nos orgulha, além de fazer parte de nosso propósito enquanto instituição”, destaca a presidente do IAHGP, Margarida Cantarelli.