Babilônia Tropical – A Nostalgia do Açúcar tem apresentações únicas em Recife

Montagens acontecem em duas datas: 11 e 12 de janeiro, no Teatro Luiz Mendonça.

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A peça provoca reflexões entre o início do período moderno e a contemporaneidade no Brasil. (Foto: Luiza Palhares/ Divulgação)

Após 4 temporadas, Babilônia Tropical – A Nostalgia do Açúcar tem duas únicas sessões em Recife durante a programação do 30º Janeiro de Grandes Espetáculos. O domínio holandês no Nordeste do País no século XVII (um dos períodos mais estudados da história brasileira) é o enredo do espetáculo que se apresenta dias 11 e 12 de janeiro de 2024, quinta e sexta, às 20h, no Teatro Luiz Mendonça; Os ingressos custam R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada) e podem ser adquiridos no Sympla.

Criação do diretor Marcos Damigo, o drama histórico mistura passado e presente para falar sobre o início da Modernidade e sua relação com estruturas ainda vigentes no Brasil. O elenco conta com Carol Duarte, que interpreta Anna Paes, Ermi Panzo, artista angolano radicado há quase dez anos no Brasil, que também assina a dramaturgia da obra; Jamile Cazumbá, artista baiana que transita pelo audiovisual e a performance; e Leonardo Ventura, ator consagrado em obras dirigidas por Antunes Filho no Centro de Pesquisa Teatral; além de Adriano Salhab, músico pernambucano que assina a direção musical do espetáculo e executa a trilha sonora ao vivo em cena, com músicas originais.

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Espetáculo explora os espaços entre a verdade e a fabulação sobre o período de ocupação holandesa. (Foto: Rodrigo Menezes/ Divulgação)

O produtor do espetáculo, Gabriel Bortolini, adianta que a peça provoca reflexões profundas. “A representação histórica, exemplificada pela personagem Anna Paes, reflete nossas escolhas sobre como perpetuar a história, a imagem e seus pares. A história brasileira foi feita de brancos para brancos. Aqui, questionamos não apenas os reconhecimentos em si, mas também seus privilégios e as barreiras que precisam ser superadas para alcançar um lugar diferente”, afirma Bortolini.

Destacando-se tanto na atuação quanto na dramaturgia, o ator e poeta Ermi Panzo explora a reconstrução desse período para revelar a existência do racismo como herança da escravidão, e suas implicações nos modos de nos relacionarmos com a própria ideia do trabalho. “A obra traz uma representação vívida do cenário dinâmico do trabalho da época, que resulta em um conjunto de elementos que caracterizam a precariedade das condições de vida do trabalhador, atentando contra sua dignidade, especialmente para a maioria negra”, explica Panzo.