Nação Zumbi e outros artistas protestam contra violência no OcupeEstelita

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Foto: Reprodução/Instagram/@nacaozumbi.
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Aconteceu nesta terça (17) a reintegração de posse do terreno onde acontecia o Ocupe Estelita, movimento pacífico que protestava contra a demolição do Cais José Estelita para construção de prédios de até 40 andares. O batalhão de choque da Polícia Militar agiu com violência, segundo relato de manifestantes. O Ministério Público Federal do Estado emitiu nota de repúdio contra a força policial.

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Nas redes sociais artistas brasileiros demonstraram repúdio às ações da PM e também em relação ao consórcio que realiza o projeto. “Nesta batalha, nós cidadãos perdemos nossos direitos e ainda saímos com a pecha de desordeiros, vândalos e violentos. Uma pena”, tuitou o perfil oficial da Nação Zumbi. “Que poder é esse que a grana tem que compra a lei, governo, juiz, imprensa, polícia, e impõe sua vontade na força, a empurra goela abaixo”, disse o pianista pernambucano Vitor Araújo.

A cantora Karina Buhr, uma das artistas que se apresentaram no Ocupe Estelita no mês passado denunciou a violência. “A PM não só quebrou tudo e feriu as pessoas, como de costume roubou todo mundo! Levou câmeras, celulares, cartões de memória”. Outros artistas como Junio Barreto, Catarina Dee Jah, China, Lula Queiroga, Siba, entre outros também manifestaram repúdio.

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Os manifestantes ocupavam o terreno no Cais José Estelita desde o último dia 21 de maio. No local eram realizadas oficinas, palestras, exibições de vídeos, shows e debates. Também era realizada na área uma horta, além de compostagem de lixo e uma cozinha comunitária.

A Ocupação garantia, entre outras coisas, o impedimento da demolição dos galpões, iniciada pelas construtora. Depois de um debate com diversos grupos envolvidos na questão, o prefeito Geraldo Júlio suspendeu o alvará de demolição. Já o governador João Lyra fez um acordo, através da Secretaria de Direitos Humanos, que a reintegração de posse só seria cumprida com a presença do Ministério Público de Pernambuco e acordo prévio de 48 horas.

“O que aconteceu hoje foi um ato de brutalidade do Estado. Tenho a obrigação de dizer que havia compromisso do governo do Estado e ele foi desrespeitado”, disse a advogada e integrante do movimento Direitos Urbanos, Liana Cirne Lins, em entrevista à Rádio Jornal. Veja aqui a nota oficial do consórcio Novo Recife e aqui a nota de repúdio do Ministério Público.