Adeus a Rafael Garcia, músico erudito e um dos criadores do festival Virtuosi

Nome importante da música erudita, ele teve papel importante na valorização, promoção e disseminação da oferta desse gênero musical no país

Rafael Garcia by Caroline Bittencourt
Foto: Caroline Bittencourt.

Faleceu nessa terça (12/10), no Recife, o maestro Rafael Garcia, aos 77 anos. Ele estava internado há três semanas no Real Hospital Português, onde se tratava de um câncer no fígado.

O músico foi fundador e produtor do Virtuosi, festival pernambucano dedicado à música clássica com mais de 23 edições e também criador da Orquestra Filarmônica Norte/Nordeste, que reunia músicos de Salvador a Belém.

Nome importante da música erudita, ele teve papel importante na valorização, promoção e disseminação da oferta desse gênero musical no país.

Sua trajetória se iniciou em 1966, quando conheceu Ana Lúcia Altino, pianista com a qual se casou há 54 anos e teve seis filhos – Rafael, Leonardo, Marcelo, Grácio, Ana e Ricardo – e 12 netos. Nascido no Chile, radicou-se no Brasil e, juntamente com Ana Lúcia, criou o departamento de música da UFPB.

Além de ter regido diversas orquestras internacionais, Rafael trabalhou ao lado de Ariano Suassuna e Cussy de Almeida, na formação da Orquestra Armorial. Em 2005, recebeu o justo título de cidadão pernambucano.

“Existem talentos que vão além do encantamento que proporcionam, alcançando outras possibilidades com a arte de agregar, reunir, mobilizar, gerando mais do que obras, promovendo perspectivas, novos caminhos e encontros. O maestro Rafael Garcia tinha este dom, somado ao imenso potencial artístico. Ofereceu muito ao Recife, acreditando nos sonhos que cultivou e cujos frutos seguem com a gente, pelas mãos e sentimentos da sua família. Para cada um destes parceiros e aprendizes, nossos sentimentos, na fé e esperança de um legado que se tornou inabalável”, declarou o Secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello.

O presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, José Manoel Sobrinho, também lamentou a morte do maestro, com quem chegou a compartilhar expedientes e projetos profissionais. “Rafael Garcia, nascido no Chile, escolheu o Recife para lar, lugar de convivência e criação. Sua partida deixa a música de concerto sem um discípulo e mestre. Ao mesmo tempo em que louvo a sua trajetória, sinto ser este um momento de pesar e tristeza. Em nome de toda a equipe da Fundação de Cultura Cidade do Recife me solidarizo com Ana Lúcia Altino, sua esposa e com os seus filhos, que, seguramente, darão continuidade aos sonhos de Rafael.”