sonhos que nunca morrem capa
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Adorável Clichê canta sobre a melancolia nostálgica em “sonhos que nunca morrem”

Segundo álbum do quarteto catarinense chega seis anos depois de "O Que Existe Dentro de Mim"

Adorável Clichê canta sobre a melancolia nostálgica em “sonhos que nunca morrem”
3.5

Adorável Clichê
sonhos que nunca morrem
Balaclava Records, 2024. Gênero: Indie Rock, Shoegaze


Há alguns anos que o rock nacional – assim como todos os outros gêneros – perdeu um pouco de seu espaço no mainstream nacional para o sertanejo e o pagode. Nesse período de menos visibilidade alguns nomes muito talentosos surgiram no Brasil com abordagens diferentes no gênero, um desses nomes é o grupo catarinense Adorável Clichê.

Com uma trajetória de oito anos desde o lançamento de seu primeiro trabalho de estúdio, o EP São Tantos Anos Sem Dizer, lançado em 2016. A partir de então, o quarteto composto atualmente por Gabrielle Philippis, Felipe ProtskiGabriel GeislerMarlon Lopes da Silva ficou os pés no Shoegaze e, provavelmente, tem se tornado o rosto desse subgênero do rock no Brasil.

No primeiro disco do grupo, O Que Existe Dentro de Mim (2018), a banda construiu o repertório com reflexões sobre as dificuldades do amadurecimento e o luto pela juventude dando lugar à vida adulta. O novo álbum, sonhos que nunca morrem, continua na melancolia, mas volta suas angústias para o passado.

A impressão que passa é que os álbuns compartilham o mesmo eu lírico, agora preso nas boas lembranças da vida de jovem que ele não queria deixar para trás. Essa mensagem fica bem clara já de início com a faixa de abertura “como era antes” e segue tomando forma ao longo do álbum. O ápice da solidão e da ansiedade cotidiana vivida pelo sujeito do álbum é representado em “as coisas mudam pra melhor”.

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Foto: Jean Affeld/Divulgação.

Na produção, Adorável Clichê não inova tanto. As guitarras distorcidas, vocais etéreos e os sintetizadores continuam presentes assim como nos outros dois trabalhos de estúdio e as semelhanças reforçam a sensação de continuidade entre sonhos que nunca morrem e seu antecessor. No entanto, seria agradável ver experimentações do grupo depois de seis anos sem um trabalho seu; talvez uma incursão no Dream pop, que tem características parecidas com o Shoegaze.

sonhos que nunca morrem é um álbum conciso, coerente e, melhor de tudo, diferente de outros lançamentos contemporâneos a ele. É instigante ter mais uma banda que se aventure no rock fora das influências do Emo que marcaram a época de maior visibilidade do gênero no Brasil.

Escute sonhos que nunca morre, de Adorável Clichê