Depois dos quatro anos do antigo governo, limitada e sucateada, a Cultura volta a ter seu próprio ministério com a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quem tem a missão de comandar o segmento ministerial é a artista e ativista social Margareth Menezes, empossada nesta segunda-feira (2), no Museu da República em Brasília.
Neste retorno, o Ministério da Cultura abriga seis secretarias: Cidadania e Diversidade Cultural; Direitos Autorais e Intelectuais; Economia Criativa e Fomento Cultural; Formação, Livro e Leitura; Audiovisual; Comitês de Cultura. No orçamento acumulam-se R$ 10 bilhões, dos quais R$ 5,7 bilhões estão destinados para a administração da pasta, enquanto o restante ruma para a aplicação das Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2 já neste ano.
Durante seu discurso de posse, Margareth Menezes destacou o desafio de reconstruir o cenário desmantelado deixado pela gestão anterior, destacando a valorização dos artistas e trabalhadores da cultura, a importância do setor para a economia, assim como a riqueza da diversidade cultural brasileira. A ministra também incluiu como relevante o valor das culturas periféricas e LGBTQIA+, além de elencar que suas origens afroindígenas também serão um ponto de partida no desempenho de seu trabalho.
“Sou cidadã brasileira de origem afroindígena, nascida na periferia do nordeste brasileiro, trago dentro do meu peito um amor pelo país diverso”, declarou. Para a ministra a diversidade de expressões culturais deve ser defendida. “Cultura é riqueza. Do carnaval vibrante e coletivo à poesia intimista da bossa nova, da arquitetura modernista ao modo de dobrar a palha do milho da pamonha, da sabedoria do repente ao rap transformador, do baile funk à ginga da capoeira, da literatura dita e escrita ao cinema, tudo é cultura, este núcleo estético e ético da vida. Temos no Brasil inúmeras carências de acesso a bens e serviços culturais, mas nunca pobreza”, discursou.
A cerimônia também apresentou os líderes das secretarias e os presidentes das fundações contidas na pasta. À frente da Secretaria-Executiva está o doutor em História da Arte pela UnB, curador de arte e secretário nacional de Cultura do PT, Márcio Tavares; na Secretaria de Comitês de Cultura, a socióloga, educadora e gestora municipal de Cultura de Niterói, Roberta Martins; à frente da Secretaria de Formação, Livro e Leitura, o doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Fabiano Piúba; na Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, o graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia e diretor geral da Fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Zulu Araújo; à frente da Secretaria de Fomento e Economia da Cultura, o jornalista e gestor cultural Henilton Menezes; na Secretaria do Audiovisual, a produtora executiva e criativa de cinema, Joelma Gonzaga; e na Secretaria de Direitos Autorais e Intelectuais, o mestre em Antropologia pela UnB e servidor do Ministério da Economia, Marcos Sousa.
O advogado e mestre em Direito Público pela UnB e um dos fundadores e atual presidente do bloco Olodum, João Jorge Rodrigues, foi nomeado presidente da Fundação Cultural Palmares. A atriz formada pela Universidade Federal da Bahia e vereadora de Salvador pelo PT, Maria Marighella, neta do revolucionário Carlos Marighella, assume a presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte). E o professor titular de Literatura Comparada na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), Marcos Lucchesi, tomou posse da presidência da Fundação Biblioteca Nacional.
A equipe da ministra Margareth Menezes informou que em breve anunciará as lideranças do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fundação Casa Rui Barbosa e da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
Com informações de Nonada e G1.