houve apenas uma – uma banda contemporânea para a qual dediquei toda a paixão e ansiedade que caracteriza a tietagem clássica do rock: oasis.
o que vocês queriam? cresci ao som do “white album”, sob os olhares dos fab four em porta-retratos espalhados pela sala. a comparação entre as duas bandas é um sacrilégio – e tão ridícula que até funcionaria numa piada: o que os filhos de fãs dos beatles vão escutar quando crescerem, considerando a galopante parcialidade de originalidade no mundo das guitarras? os irmãos gallagher, é claro.
para uma platéia cuja média de idade era pouco acima da minha quando pela primeira vez maravilhei-me com “live forever”, o hit de lançamento da banda, o oasis subiu dia 7 no palco do citibank hall, rio, e performou apenas ok. nada do esplendor magnânimo de 98, quando fui vê-los ao vivo no metropolitan na ocasião de seu primeiro show no país; menos ainda da apresentação no rock in rio de 2001, que assisti pela tevê em gravíssimo arrependimento. algo houve. em seu blog, noel gallagher desabafou:
estamos falando de maus tempos na turnê do oasis. maus tempos. somos um barco desorientado neste minuto. e tem uma puta tempestade no horizonte. acho que tudo será revelado no momento certo. atmosfera estranha. eu não ligaria, mas estamos na américa do sul! uma pena mesmo.
a voz de liam estava sofrível, desaparecia por trás do paredão de som que a banda emitia. quando não estava ao microfone, posava paralizado (travado?), sumia e voltava à cena esfregando o nariz. já noel continua impecável em canto e guitarra – o verdadeiro líder e frontman da banda. especula-se que os maus tempos sejam na verdade uma antevisão do que poderá acontecer se ele realmente sair da banda para seguir carreira solo.
o povo clamava por “wonderwall”. previsível, mas um mistério: para mim é uma histeria tão exagerada quanto a que (ainda) costumam reservar a “losing my religion” do rem. houve coro cantando “live forever” entre uma música e outra, mas a banda só deu a versão instrumental. deram, maravilhosamente, “supersonic” e “champagne supernova”. muita coisa boa ficou de fora: “columbia”, “hey now”, “rock n’roll star”, “do you know what i mean”, “go let it out”, “who feels love”, “don´t go away”, “be here now”, “stand by me”, “up in the sky”… em compensação, fecharam com nada menos que “i’m the walrus”. então senti um recalquezinho de não o terem feito há onze anos atrás, quando eu estava lá.
a banda está meio fora de forma, foi pela televisão, mas o imprint pós-adolescente falou mais alto. eu curti.
em seguida desliguei a tevê e fui pra cama ler a respeito da morsa original
.