Jeferson Tenório, de “O Avesso da Pele”, falará sobre censura na Bienal do Livro da Bahia

No debate, junto com Jeferson, estarão a poeta baiana Lívia Natália e o jurista e professor de direito constitucional da USP Conrado Hubner Mendes

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Jefferson Tenório venceu o Jabuti de melhor romance em 2021. (Foto: Carlos Macedo/Divulgação.)

O escritor Jeferson Tenório, que recentemente teve o seu livro O Avesso da Pele retirado de escolas em Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul, foi confirmado como uma das atrações da Bienal do Livro da Bahia, que acontece a partir de de 27 de abril. O autor irá falar sobre a censura de textos literários na atualidade no painel intitulado “Livros e Liberdade”.

No debate, junto com Jeferson, estarão a poeta baiana Lívia Natália e o jurista e professor de direito constitucional da USP Conrado Hubner Mendes. A mediação estará a cargo de Flávio Novaes.

Ao pontuarem que os livros ampliam a democracia e são os primeiros a causar desconforto quando ela está em risco, os convidados debaterão sobre o cerceamento da liberdade de expressão e o controle de conteúdo em obras diversas. Afinal, até mesmo a retirada dessas obras de prateleiras e projetos tem acontecido com maior frequência, no Brasil, nos últimos anos.

Os demais participantes do painel também têm histórias pessoais intimamente relacionadas com o tema em debate. O poema “Quadrilha”, de Lívia Natália, foi censurado em outdoors de Ilhéus, em 2016, por trazer à tona a violência policial contra populações negras, o mesmo mote central de O Avesso da Pele. Já o professor Conrado Hubner Mendes, autor de obras como “O discreto charme da magistocracia”, tem sofrido tentativas de censura, por conta de suas opiniões e de sua atuação pública em colunas de jornais.

Volta às escolas

O livro O Avesso da Pele de Jeferson Tenório voltou a compor o material didático das redes de ensino de Goiás e do Paraná.

Segundo a Secretaria de Educação afirmou, a decisão de devolver os livros às escolas aconteceu depois que as advogadas da editora HSF entraram com um mandado de segurança contra o recolhimento dos livros e uma intimação exigindo que os governos estaduais fornecessem mais informações sobre a razão pela qual recolheram os exemplares.