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Foto: @zabenzi/Divulgação.

Um papo com a banda Gilsons: “um trabalho que resgata o tradicional e traz o moderno”

O trio apresenta o show “Gilsons convida Gilberto Gil" na prévia Enquanto Isso na Sala de Justiça, em Olinda

A 25ª edição  do Enquanto Isso na Sala da Justiça, uma das principais prévias do Carnaval de Pernambuco, promete reunir centenas de foliões vestidos como super-heróis da cultura geek, e conta com o grupo Gilsons, formado por José, João e Francisco Gil, um dos filhos e por dois netos do cantor e compositor Gilberto Gil, como umas das principais atrações do seu line-up. O trio  apresenta o show “Gilsons convida Gilberto Gil”, no Pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda, durante a noite desta sexta-feira (10). A festa privada volta a ser realizada após dois suspensa, em virtude das medidas de restrição impostas pela pandemia da Covid-19.

José Gil conta que o trio se concretizou de uma forma despretensiosa. “Chamei Francisco e, na sequência, convidei João pra gente reunir o nosso repertório. Seria apenas um evento isolado, onde a gente iria apresentar nossas canções da época. Dali, do resultado do show, da animação, das pessoas que estavam lá e da família também, a gente começou a se animar e fazer esse projeto”, explica.

Apesar de a banda ter iniciado a carreira em 2018, o álbum de estreia foi lançado quatro anos depois, em fevereiro de 2022. O trio ganhou atenção com seu EP de estreia, “Várias Queixas”, e tem se destacado desde então como uma das revelações da nova geração do MPB. Esse intervalo foi provocado pela pandemia, que impactou diretamente o setor cultural, sobretudo com o cancelamento de eventos para evitar aglomerações. “A nossa música foi sendo cada vez mais escutada dentro das casas, servindo de apoio para aquele momento, sendo um canal de alegria mesmo”, destacou José.

Com shows lotados em diferentes cidades do Brasil por um público que tem as canções na ponta da língua, o trio foram surpreendidos com todo esse reconhecimento. “A banda recebia muitas mensagens durante a pandemia. Recebemos muitas mensagens durante a pandemia e ficamos muito impressionados com esse movimento e que deu nisso: nessa conexão cada vez maior, o público conhecendo e espalhando nossa música cada vez mais”, celebra José.

Apesar de fazerem parte de uma família de um dos principais nomes da história da MPB, José, João e Francisco estão trilhando, com o grupo Gilsons, a própria trajetória na música.

Enquanto Isso na Sala da Justiça apresenta uma programação de peso: além de Gilberto Gil, a banda BaianaSystem e a Banda Eddie, ao lado da Orquestra de Frevo do Babá, Isaar e Martins são atrações confirmadas. O grupo Sambadeiras também animam a prévia e, para animar os intervalos dos super-heróis, os Djs Gilson Martins e Zé Kbeça.

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Vocês cresceram no meio de uma família musical. Quando surgiu e como foi a formação do grupo? Como decidiram se unir em trio para fazer arte?

Gilsons surgiu de uma forma muito despretensiosa, num convite que foi feito pra mim. Então chamei Francisco e, na sequência, convidei João pra gente reunir o nosso repertório. Seria apenas um evento isolado, onde a gente iria apresentar nossas canções da época. Dali, do resultado do show, da animação, das pessoas que estavam lá e da família também, a gente começou a se animar e fazer esse projeto. A gente já tinha músicas como “Love Love”, a versão de “Várias Queixas” que já estávamos tocando. Então, resolvemos gravar, muito despretensiosamente, e estamos caminhando até hoje com as nossas canções.

As músicas da banda são marcadas pelo toque leve do violão de nylon, pela presença intensa do tambor e pelas batidas modernas do eletrônico. Como definem a sonoridade de vocês?

A nossa sonoridade é definida por esse resgate daquilo mais tradicional da música que mais nos influenciou, que é a música afro-baiana e a música de Carnaval da Bahia. Como somos do Rio de Janeiro, temos muita influência do samba carioca e também da música popular como um todo. O resgate desses ritmos tradicionais, o violão de nylon com os tambores afro-baianos e essa mistura toda com que é do nosso tempo, da modernidade da música, que a gente gosta bastante. Tem muito artista da música pop que a gente admira. Então, trazemos esse tempero, esse caldeirão que faz essa mistura dos Gilsons e que pretendemos perpetuar esse trabalho. Queremos manter fazer esse trabalho que resgata um pouco do tradicional e traz o moderno, é o que move a gente.

Vocês foram beneficiados pela conexão direta com o público através das redes sociais, ferramentas fundamentais nos dias atuais. Acreditam que esses ingredientes, além de terem um repertório autoral culminaram na consequente conexão da banda com o público?

As redes sociais, hoje em dia, são um grande portal, onde você tem a possibilidade da sua arte se espalhar de maneira orgânica e, às vezes, de maneira viral. No nosso caso, foi um momento bem difícil de compreender por que estava se vivendo um cenário muito complicado da pandemia, com muito sofrimento e muita angústia. Ao mesmo tempo, a nossa música foi sendo cada vez mais escutada dentro das casas, servindo de apoio para aquele momento, sendo um canal de alegria mesmo. A banda recebia muitas mensagens durante a pandemia. Recebemos muitas mensagens durante a pandemia e ficamos muito impressionados com esse movimento e que deu nisso: nessa conexão cada vez maior, o público conhecendo e espalhando nossa música cada vez mais. Saindo da pandemia, a gente pode encontrar toda essa demanda reprimida e todo esse pessoal que passou a conhecer a gente na pandemia e pode ver o show. Estamos rodando o Brasil e conhecendo essas pessoas e estamos muito felizes.

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Francisco Gil, José Gil e João Gil formam o trio Gilsons (Foto: zabenzi / Divulgação)

Como é o processo criativo do grupo?

É muito difícil explicar porque, realmente, cada música, cada experiência, é um processo diferente. Os três músicos da banda têm processos distintos de composição. Gosto muito das parcerias, sempre tenho parceiros nas minhas músicas, o Fran gosta de compor mais sozinho, o João também mais de parcerias. E a gente está cada vez mais a fim de compor juntos, temos até poucas composições dos três até. E é um processo criativo muito dinâmico, a cada momento surge uma nova forma de criar.

Nesta sexta-feira, ocorre o Enquanto Isso na Sala de Justiça, tradicional evento da época pré-carnavalesca, onde vocês tem apresentação marcada com Gilberto Gil. Ou seja, tudo em família! Como estão os preparativos para este show e o que o público pernambucano pode aguardar do evento?

A gente está muito ansioso pra ir porque Recife representa uma atividade enorme do Carnaval brasileiro, talvez junto com Salvador sejam as capitais da festa de momento no país. A gente está muito feliz de levar esse show que tem a participação de Seu Gilberto, já fizemos algumas vezes. Talvez seja o maior momento de alegria nossa de estar no palco em família. Querendo ou não, ele não é nossa maior influência no mundo musical. Vamos levar uma apresentação maravilhosa, um show pra cima, pra animar a galera! #ansiosos

Serviço
Prévia do Enquanto Isso na Sala da Justiça
Quando: sexta-feira (10), a partir das 21h
Onde: Pavilhão do Centro de Convenções (Olinda)
Ingressos: R$ 153 + taxa (meia-entrada), R$ 183 + taxa e 1 kg de alimento não perecível (social) e R$ 306 + taxa (inteira) 
Vendas: psite Ingresse