O Cine PE seguiu ontem (7) com a programação do segundo dia do festival. Realizado no Teatro do Parque, o evento teve início às 19h. Os ingressos, ao contrário do primeiro dia, foram distribuídos a partir das 18h, medida que permanecerá até o último dia de programação.
A Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos exibiu obras que destacam o talento local. Descarrego, dirigido por Joana Claude, retratou memórias de uma superação pessoal, enquanto Nova Aurora, de Victor Jiménez, emocionou com a jornada de autoconhecimento de uma adolescente surda.
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Na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais, as produções de diferentes regiões do Brasil trouxeram reflexões importantes. Zagêro, dirigido por Victor Di Marco e Márcio Picoli, destacou questões da comunidade PCD (Pessoa com Deficiência). Durante sua participação no palco, o diretor Márcio, originário do Rio Grande do Sul, destacou a atual situação do estado: “O que tá acontecendo lá não é tragédia, é plano de governo. A emergência climática já está acontecendo, então a gente tem que começar a pensar nela desde agora”.
Dependências, de Luisa Arraes, explorou dinâmicas familiares complexas em um contexto de ausência, enquanto Solange Não Veio Hoje, de Hilda Lopes e Klaus Hastenreiter, aprofundou o conflito do desaparecimento de uma funcionária doméstica no lar de um homem de classe média. Dentro de Mim, dirigido por Dayane Teles, explorou os limites entre sonho e realidade em uma narrativa intensa sobre o artista visual alagoano Jackson de Lima.
Na Mostra Competitiva de Longas-Metragens, Memórias de um Esclerosado, dirigido por Thaís Fernandes e Rafael Corrêa, trouxe a jornada de Rafael, um cartunista diagnosticado com esclerose múltipla. As memórias do artista, suas reflexões e suas dificuldades foram retratadas de forma íntima e criativa.
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Rafael Corrêa destacou a importância do festival e lamentou as barreiras físicas que enfrentou durante sua estadia. “Pernambuco é um estado essencial pro Brasil. Recife é uma referência de efervescência cultural”, afirmou Rafael, que, em uma cadeira de rodas, não pôde subir ao palco devido à falta de acessibilidade. “Eu tive dificuldade no avião, não tem carro acessível, o hotel não tem quarto acessível e aqui não tem uma rampa pra subir no palco. Então, vocês imaginam o que é passar isso todo dia”, disse.
O Cine PE, sob a direção de Alfredo Bertini e Sandra Bertini, continua até o dia 11 de junho. Confira a programação completa.