Resenha: Camarones Orquestra Guitarrística comemora 10 anos de estrada com o dançante Feeexta

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Com dez anos de carreira, a potiguar Camarones Orquestra Guitarrística ainda mantém a instiga de fazer um tipo de rock independente cujo suporte principal é colocar o pé na estrada. Uma das bandas mais ativas do país, o Camarones segue em turnê e lança o terceiro álbum, Feeexta. Mas eles chegam agora menos despretensiosos e com um desejo grande de experimentar dentro de seu som.

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A celebração dá o tom nesse registro que é todo talhado para funcionar bem no palco. Ainda misturando rockabilly com surf music e ska, o trabalho é mais dançante que os anteriores, mas mantém a mesma base sonora do grupo, que é bastante orientada pelas guitarras pesadas. Este é também o primeiro registro com o novo guitarrista, Alexandre Capilé (do Water Rats/Sugar Kane). O álbum traz ainda participações especiais de Rick Mastria (Dead Fish), David Datcho (Los Tormentos) e Arnauld Merckling (Dot Legacy). Feeexta mostra uma clara evolução no som do Camarones, que agora estão mais diversificados nos arranjos e no ritmo. Em Rytmus Alucynantis tínhamos um som mais moncórdico, engessado até.

Agora temos uma miríade de humores que vão desde a animada “Discopunk”, com sua cara de trilha sonora de filme de ação até “Datcho Reverb” e “Earlyrichard”, em que o grupo explora outros movimentos, desacelerando e apostando em uma proposta mais cadenciada. É interessante o quanto a banda despertou para as possibilidades de experimentar em seu gênero. Agora já estabelecidos como nomes importantes do rock brasileiro, o grupo pode se arriscar por novos caminhos.

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