Resenha: Anna Wise retorna ainda mais experimental e feminista no novo disco

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7.5

Revelação entre as novas vozes do pop, Anna Wise segue na independência com um trabalho que transita entre os delírios etéreos do dream pop e o vocal mais pesado com influências do rap. Frequente colaboradora de Kendrick Lamar (ela esteve presente nos ótimos good kid m.A.A.d. city e To Pimp A Butterfly), Anna vem fazendo uma série em disco para investigar questões do empoderamento feminino.

Em The Feminine Act II, aprofundando ainda mais as batidas eletrônicas do seu trabalho de estreia, ela chega com uma voz suave para falar de temas fortes e com contundência no discurso. Na faixa “Boss Bitch” ela é bem direta: “eu não estou pedindo por seu respeito / Eu sou o que sou você me respeitando ou não”. Antes de chamar atenção por sua colaboração com Lamar, Anna Wise começou a carreira na banda Sonnymoon, cuja proposta artística era ainda mais experimental que sua fase solo atual.

Além de letras que trazem diversas questões feministas importantes, Anna merece o mérito pelo domínio da produção, com uso de sintetizadores que tornam as faixas multifacetadas. É bem diferente de The Feminine Act I, onde as músicas possuíam mais linearidade. “Coconuts” e “Some Mistakes”, que abrem o disco, tem todo jeitão de hit pop, mas descambam para uma eletrônica experimental cheia de texturas. Já “Self On Fire” traz a cantora trabalhando com distorções e programações que trazem elementos de rock. Artista em transformação, Anna Wise faz de seus discos investigações abertas sobre seu papel no mundo e como sua arte pode buscar inovações em diversos gêneros, do pop ao rap, passando pelo R&B.

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