As integrantes mais conhecidas do grupo punk russo feminista Pussy Riot, Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova, estão processando o governo russo por violação dos direitos humanos enquanto estavam presas. O caso será levado para a Corte Europeia de Direitos Humanos.
Elas foram beneficiadas por uma anistia depois de passarem 21 meses presas por causa de um ato de protesto em uma catedral de Moscou em 2012.
Maria e Nadezhda pedem uma indenização de 161 mil dólares para cada uma pelo tratamento que receberam durante a investigação e processo do caso, além de cerca de 10 mil dólares em honorários. Essa compensação financeira pode surpreender a quem acompanha a trajetória das Pussy Riot, conhecida pela dissidência através de performances artísticas.
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No entanto, a ação judicial é uma estratégia das integrantes para abrir um precedente importante no judiciário russo. A sugestão partiu da equipe de advogados que assessora o grupo. “Elas querem levar esse caso para mostrar que os russos podem falar publicamente de assuntos políticos delicados, mesmo se o discurso não for apoiado pela maioria”, explicou ao The Guardian Pavel Chikov, líder do time legal que representa as integrantes, a Agora. “Elas não tiveram um julgamento justo aqui na Rússia então queremos que isto finalmente aconteça, desta vez na Corte Europeia.”
Maria e Nadezhda foram condenadas em 2012 a dois anos de cadeia por “vandalismo motivado por ódio religioso”, após tocarem uma oração punk na Catedral do Cristo Salvador, em Moscou. Depois que foram soltas após uma anistia em dezembro do ano passado elas têm rodado o mundo para criticar a política russa e as violações dos direitos humanos no país.
Elas também fundaram uma ONG que busca melhorar o tratamento dado aos prisioneiros em todo mundo, a Zona Prava.
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