Mudar de cidade, perder pessoas, gostar de alguém, estar de saco cheio das redes sociais, tentar engravidar. Esses são alguns dos eventos tão mundanos quanto revolucionários que podem atravessar a vida de alguém. Ainda que sejam comuns, seus efeitos são únicos em que os encara. É nessa colagem de momentos e histórias que o cantor, compositor e vídeo-artista Perdido embrulha o seu novo álbum.
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O inacreditável resto de nossas vidas chegou nas plataformas nesta quinta-feira (27) pelo selo dobra discos, sob distribuição da Altafonte Brasil. Três anos após o seu último álbum, o lançamento abraça o ritmo de sua vida e a dimensão de seus acontecimentos, encarando com gentileza o caminho que se revela diante do artista.
O inacreditável resto de nossas vidas vem sendo construído desde 2023, com sete singles lançados – sendo o primeiro, “Trabalhar na MTV”, em julho daquele ano, e o último, “Parati”, em agosto de 2024 –, inclusos nas 18 faixas que formam o disco. A escolha pode não combinar com o ritmo atual de lançamentos no mundo – que cobra um fluxo frenético de canções, mas sem incentivar trabalhos mais extensos –, mas reflete a forma com que Perdido vê sentido em sua caminhada como músico.
Essa caminhada, inclusive, o levou a produzir o disco de maneira artesanal, em casa, com amigos que toparam embarcar no processo, cada um contribuindo e trocando à sua maneira. “Eu entendi que me produzir era a única forma dele ser feito, já que eu não teria como pagar os custos de um disco. Da parte criativa, foi maravilhoso”, o artista compartilha.
Vendo os artistas que o produziram nos discos anteriores, Perdido foi encontrando maneiras de fazer sua música com as ferramentas que possui. “Eu nunca tinha sonhado que conseguiria produzir um disco e agora tá aqui no mundo”, ele comemora. O trabalho solo se estende aos registros em fotos, vídeos e bricolagens que embalam o lançamento – o estilo faça-você-mesmo que se tornou marca registrada do multiartista carioca.
Ainda que feito de maneira tão individual, O inacreditável resto de nossas vidas é um disco para ser compartilhado. “O título leva ‘nossas vidas’, pois entendi que não era só sobre o que eu vivo. Eu saquei que, apesar de fazer música, a minha vida é bem comum, provavelmente muito parecida com a sua. Eu trabalho, pago aluguel, assisto TV, e nos fins de semana gosto de ir na praia”, conta Perdido. O resultado é um trabalho sincero sobre as impressões do artista no mundo, e que talvez conversem com as impressões de quem o ouve também.
