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Pabllo Vittar aumenta o tom da homenagem, mas mantém sua marca em “Batidão Tropical Vol. 2”

Segundo volume do projeto mergulha mais fundo na cultura do Norte e Nordeste e celebra bregas e forrós das antigas

Pabllo Vittar aumenta o tom da homenagem, mas mantém sua marca em “Batidão Tropical Vol. 2”

Pabllo Vittar
Batidão Tropical Vol. 2

Mataderos/ Sony, 2024, Gênero: Forró/ Tecnobrega/ Melody


Entre erros e acertos, Pabllo Vittar permanece como uma das principais vozes do pop brasileiro. Depois do divertido, mas curtíssimo, Noitada, Pabllo retoma o Batidão Tropical, projeto que deu origem a um dos melhores álbuns de sua carreira no primeiro volume.

A cantora já afirmou que o Batidão Tropical é especial por conta do valor nostálgico que as músicas reinterpretadas têm para ela, canções do brega, tecnobrega, melody, forró e calypso; ritmos que despertaram seu interesse pela música na infância e adolescência, quando viveu em Santa Inês (MA) e Santa Izabel do Pará (PA). Essa herança sempre foi evidente em sua discografia pela presença de, pelo menos, um desses ritmos em seus trabalhos – “K.O”, por exemplo, seu primeiro grande hit, é um forró. 

Vittar segue na pegada de reformular as músicas dentro da sua estética sonora com muitas influências do pop. No entanto, fica perceptível que neste segundo volume ela se contém muito mais dentro dos ritmos explorados, e essa escolha foi mais do que certa. O Batidão Tropical Vol. 2 complementa seu antecessor, já que, na primeira edição, Vittar e seu time realmente redefiniram os gêneros musicais das faixas. Por exemplo, “Ânsia” – clássico do brega cantado originalmente por Eliza Mel na banda Brega.com – foi totalmente repaginada em sua produção. Não é isso que encontramos desta vez. As músicas, óbvio, têm a “marca pop”, mas ainda estão muito atreladas aos seus ritmos de origem. 

O disco traz grandes sucessos e outras canções pouco conhecidas, que são sempre boas surpresas porque mostram o quão longe vai o conhecimento de Pabllo Vittar do material que ela deseja trazer, e até pela própria diversão de pesquisar as versões originais e perceber quais alterações foram feitas; principalmente quando são músicas antológicas dentro de um estilo musical, com diversas regravações  – como é o caso de “Faltou Coragem”, feat com Taty Girl e “Ai Ai Ai Mega Príncipe”

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Álbum tem feats com nomes clássico da música nortista (Foto: Gabriel Rennê)

Entre os clássicos, “Me Usa” da banda Magníficos, que é uma música marcante na história do forró eletrônico. Essa é a faixa que evidencia a capacidade da drag queen como intérprete. Vocais poderosos, que se encaixam perfeitamente na canção; mesma situação com “Rubi”, “São Amores” e a clássica “Pra Te Esquecer”, da banda Calypso

Mas a experiência não é perfeita – pelo menos por enquanto – por conta do “bloqueio” de algumas faixas do disco nas plataformas, já que três canções ainda serão lançadas. Obviamente que estratégias de divulgação fazem parte de lançar um produto, mas não é agradável perder o fluxo das canções em nome do marketing.

Além de toda competência artística, é preciso ressaltar o impacto que o Batidão Tropical tem em trazer para o eixo Sul-Sudeste gêneros musicais do Norte e Nordeste, que ainda são marginalizados, assim como toda a cultura das suas regiões de origem. Mais do que isso, ter uma drag queen marcando presença em ritmos ainda tão heteronormativos é um aceno importante para que outras pessoas LGBTQIA+ se insiram também nesses circuitos musicais e cantem sobre suas vivências. 

O Batidão Tropical parece ser o projeto que sempre renderá pontos positivos à carreira de Vittar, seja pela originalidade da sua proposta, pelos impactos culturais e pelas inúmeras possibilidades que ainda podem ser usadas pela cantora. O volume dois, que ainda nem está completo, já instiga para o que ainda pode vir. 

Ouça Batidão Tropical Vol. 2, de Pabllo Vittar:

https://open.spotify.com/intl-pt/album/7g1OoBZsRRCy2DA9NeASaw

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