Ocupação Espaço O Poste recebe Cia de Teatro Negro MACACADA, Vítor da Trindade e Roma Julia na programação de julho

Encontros acontecem na sede do grupo O Poste, no bairro da Boa Vista, centro do Recife

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Espetáculo “Caliuga” Cia. de Teatro Negro MACACADA (Foto: Gabriel Mesgo/ Divulgação)

O Poste Soluções Luminosas continua a Ocupação Espaço O Poste neste mês de julho, com uma programação presencial que traz atividades artístico-culturais, algumas gratuitas e outras com ingresso à venda. A agenda reúne quatro atrações pernambucanas e autorais da cultura negra: espetáculo Caliuga (12/07); gira de diálogo com Vítor da Trindade (18/07); shows “A Vela Branca de Oxalá” (19/07); “Histórias do meu povo” (26/07). Os encontros acontecem no Espaço O Poste (rua do Riachuelo, nº 641 – bairro da Boa Vista – centro do Recife/PE).

As atividades estão em circulação desde o mês de maio deste ano, com apresentação de teatro adulto e juvenil, leitura dramatizada, shows, contação de história, dança, giras de diálogo e movimento circense. 

A Cia de Teatro Negro MACACADA abre as apresentações do mês com a peça Caliuga, neste sábado (12), às 19h, com a entrada custando R$ 15 (meia) e 30 (inteira), disponível antecipadamente na internet. A classificação indicativa é de 16 anos de idade. 

A dramaturgia e a direção geral e artística da peça são de Luiz Apolinário, com Roby Nascimento na assistência de direção, ambos estudantes de teatro na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A produção executiva é realizada pela produtora GRAVE!, de Diana Paraiso, à frente ao mesmo tempo da concepção de iluminação e técnica. Já Ashley Gouveia, Eva Oliveira, Roby Nascimento, Ruibeni Sales e Yastricia Santos compõem o elenco. Ruibeni também assina o figurino e Gabriel Mesgo atua na fotografia. 

Vale destacar que a peça é encenada com uma trilha sonora original, criada pelos artistas César Seco e Raul Vaubruma, a partir de instrumentos sonoros infantis ou feitos em formato para crianças brincarem, ajudando assim a construir a sonoplastia e a atmosfera proposta pela encenação.

As apresentações de Vítor da Trindade, que é compositor, percussionista, escritor e professor de culturas afro-brasileiras, têm classificação livre e ocorrem nos dias 18 (sexta-feira, às 19h – gira de diálogo sobre os ritmos dos orixás e a influência dos mesmos na música brasileira) e 19 de julho (show “A Vela Branca de Oxalá”, com o artista ao lado da dançarina Elis Trindade, como convidada da performance). Elis é intérprete criadora, formada em artes e com licenciatura em dança, coordenadora e coreógrafa do Teatro Popular Solano Trindade (TPST), tendo vivência na dança inclusiva.  

Já o espetáculo Histórias do meu povo, com classificação livre, conclui a programação do mês, sendo apresentado pela contadora de histórias e pedagoga Roma Julia, também na direção. Monique Nascimento e Thiago Lima estão na produção executiva, enquanto Rivah Silva assume a fotografia. 

A Ocupação Espaço O Poste tem o incentivo público do programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023 – Espaços Artísticos. Por meio deste edital, é possível continuar a realização da ocupação em 2025, com espetáculos e espaço para receber uma diversidade de grupos e artistas, tanto do estado, do país e internacionais.

Programação

“Caliuga” (classificação: 16 anos de idade)

A Cia. de Teatro Negro MACACADA apresenta este espetáculo buscando investigar o teatro físico performativo por meio de uma dramaturgia autoral que trata sobre abuso e assédio sexual, partindo daí para abordar temáticas como pedofilia e embranquecimento em famílias interraciais, pois a configuração da personagem título do Caliuga apresenta um pai branco, uma mãe negra e duas filhas que nitidamente são embranquecidas devido a esse processo de relacionamento interracial, e nisso também está implicada diversas questões de relações de poder.

Data: 12 de julho (sábado)

Horário: 19h

Entrada: ingressos à venda – R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira) – bit.ly/4nuCNoy 

Gira de diálogo com Vítor da Trindade (classificação livre)

Os ritmos dos orixás, com suas danças e manifestações musicais, e a influência dos mesmos na música brasileira como temáticas da gira de diálogo. O mote e a referência  são instrumentistas/sacerdotes dos orixás, fundamentais na musicalidade nacional. Os diálogos oferecidos nestes encontros têm como base a metodologia autodidata da família Solano Trindade, com a união entre teoria e prática, e a proposta de movimento, sonoridade e bem estar como epistemologia, que em sentido estrito refere-se ao ramo da filosofia que se ocupa do conhecimento científico. 

Data: 18 de julho (sexta-feira)

Horário: 19h

Entrada gratuita: retirada do ingresso na internet – bit.ly/3Tw2Uhd 

Show: A Vela Branca de Oxalá – com Vítor da Trindade (classificação livre)

A performance é uma leitura cantada do segundo entre os três livros escritos por Vítor da Trindade. Os poemas e as crônicas falam do cotidiano das pessoas pretas e brasileiras e de amor. O autor, que também é músico, canta e toca violão e percussão. As canções, poesias e crônicas dialogam no show, proporcionando momentos de humor, deleite e melancolia, estímulos comuns na leitura de bons livros. Além do mais, a bailarina Elis Trindade especialmente convidada traz um corpo dançante para este colóquio musical e literário. O livro foi lançado em 2021 e tem desenhos da ilustradora, cineasta e cantora Maria Trindade.

Data: 19 de julho (sábado)

Horário: 19h

Entrada: ingressos à venda – R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira) – https://bit.ly/44yry5N 

“Histórias do meu povo” (classificação livre)

Esta apresentação, com direção e contação de histórias por Roma Julia, surgiu a partir das pesquisas e vivências dessa contadora de histórias e pedagoga. Desde 2015, reúne narrativas de lavadeiras, contos indígenas e africanos e itãs de orixás. Com música, o público é convidado a celebrar as memórias dos ancestrais, sendo uma experiência visual enriquecida por flores e objetos que fazem referência ao nordeste brasileiro e à cultura afro-indígena. Para aproximar o público cego e/ou com baixa visão, aromas suaves de folhas e café são inseridos ao longo da narração das histórias.

Data: 26 de julho (sexta-feira)

Horário: 16h

Entrada gratuita: retirada do ingresso na internet – bit.ly/44Sh1ns