Música em rede e autenticidade: Circuito Manacaos fomenta a cena artística de Manaus

Iniciativa busca fortalecer a produção e circulação musical independente na região amazônica

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Gabriel Mar (Jambu) em show promovido pelo Circuito Manacaos. (Foto: Demi Brasil/Divulgação.)

O Circuito Manacaos é uma iniciativa que visa integrar e fomentar a cena musical independente em Manaus, com apoio da Natura Musical. Formado por artistas e bandas locais, como Luli Braga, Jambu, D’água Negra, Kurt Sutil e Guillerrrmo, o projeto está em andamento desde o primeiro semestre de 2024 e promove ações voltadas à formação, produção artística e circulação de música.

O Circuito Manacaos foi criado entre 2021 e 2022, a partir de diálogos sobre a necessidade de um projeto coletivo que estimule atividades artísticas e intelectuais na região. “Desde o início, houve a necessidade de desenvolver um tripé de ações: 1) fomento cultural com desenvolvimento de novos profissionais; 2) produção artística e musical de cada artista; e 3) circulação desse mesmo pessoal pela cidade de Manaus”, explicou Melka Franco, integrante do grupo D’água Negra.

Nos meses de julho e agosto de 2024, o Circuito Manacaos implementou a Fase de Ensino e Formação Divindindo o Tucumã, por meio do projeto Discochicas. Este curso de Discotecagem e Produção Musical foi direcionado a mulheres cis, trans e pessoas não-binárias, resultando na formação e diplomação de dez alunes. “O Circuito Manacaos está contribuindo para o desenvolvimento da cena musical independente de Manaus a partir dos três pilares de atuação que formam a sua estrutura: formação, produção artística e circulação”, afirmou Raissa Carvalho, integrante do projeto.

A Fase de Ensino e Formação contou com aulas ministradas por professores e DJs atuantes no mercado musical de Manaus, como Carol Amaral, Melka Franco, Viviane Mendes e Grazi Vasconcelos. O curso incluiu 80 horas de atividades, proporcionando uma formação abrangente e prática aos participantes.

Além da formação, o Circuito Manacaos busca promover a diversidade musical, considerando as experiências culturais dos artistas envolvidos. “Acredito que ser um artista nortista amazonense é ter a necessidade de estar em diversas frentes de trabalho criativo para cultivar um caminho artístico. O caos é contornado dentro do projeto em seu caráter contraditório, múltiplo e criativo. Não romantizamos o caos, mas utilizamos como estratégia”, afirmou Bruno Belchior, integrante do D’água Negra e diretor criativo do projeto.

“Os maiores desafios têm a ver com a logística imposta pelo isolamento que os amazonenses enfrentam para desenvolver ações relacionadas à produção artística, à circulação de shows e à formação musical. É por isso que o Manacaos se ancora numa proposta tríplice que não se limita a apenas uma área de atuação, levando em conta que o fluxo de recursos e oportunidades concentra-se em outros centros culturais do país”, ressaltou Luli Braga.

O Circuito Manacaos planeja concluir suas atividades ainda em 2024, incluindo a produção de material fotográfico e a finalização de áudios de cada um dos cinco artistas que compõem o projeto, além de dois shows que encerrarão as ações. O primeiro show da fase de circulação, intitulado Pegando o Beco, foi realizado em agosto, com a participação de artistas locais, e o próximo evento está previsto para o final de outubro.

Selecionado pelo Edital 2022 da Natura Musical, o Circuito Manacaos busca fortalecer a cena musical de Manaus. Através de sua atuação, os artistas envolvidos pretendem não apenas projetar suas carreiras, mas também contribuir para a diversidade cultural da região amazônica. Para mais informações sobre o projeto, acompanhe o Circuito Manacaos nas redes sociais.