Museu Nacional apela por doações para concluir reconstrução e reabrir palácio histórico

Reconstrução precisa de R$ 95 milhões até fevereiro

Copia de Imagem post padrao 1
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.

Seis anos após o incêndio que devastou grande parte de seu acervo, o Museu Nacional, localizado no Rio de Janeiro, enfrenta desafios significativos em sua jornada de reconstrução. Embora o andamento das obras tenha sido classificado pelo diretor da instituição, Alexander Kellner, como satisfatório, o museu ainda precisa arrecadar R$ 95 milhões até fevereiro de 2024 para garantir a reabertura do histórico palácio em abril de 2026.

“O trabalho está excelente, no sentido de que as obras estão andando, elas nunca pararam”, afirmou Kellner. No entanto, ele ressaltou a necessidade urgente de captar, a curto prazo, R$ 50 milhões até novembro deste ano e, a médio prazo, outros R$ 45 milhões até fevereiro do próximo ano. “Se a gente não tiver [esses recursos], a obra não vai acontecer e não vamos entregar o museu”, alertou.

toms5123
Alexander Kellner fala durante inauguração de novo espaço da instituição. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.)

O orçamento total estimado para a reconstrução é de R$ 491,7 milhões. Os recursos já arrecadados provêm de fontes públicas e privadas, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Ministério da Educação (MEC), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Congresso Nacional, e as empresas Bradesco e Vale.

“Apesar do grande apoio que temos do MEC, que recentemente concedeu R$ 14 milhões para as obras que envolvem uma parte do palácio, é fundamental a participação da sociedade brasileira”, afirmou Kellner.

Ele também mencionou a inclusão de um projeto na Lei Rouanet, que permite a captação de R$ 90 milhões para o projeto de recuperação do museu. “É fundamental que as empresas venham [nos procurar para doar], porque elas pagam impostos e, por meio da Lei Rouanet, conseguem abater esses impostos, sendo mais uma ajuda do governo, já que deixa de arrecadar”, explicou.

Além das doações financeiras, o Museu Nacional está em busca de itens para reconstituir seu acervo perdido no incêndio. A instituição estima precisar de 10 mil exemplares para as futuras exposições, dos quais 1.815 já foram arrecadados.

Entre as iniciativas em curso, destaca-se a campanha Resgate o Gigante, que visa arrecadar R$ 300 mil por meio de colaboração coletiva para remontar o esqueleto do dinossauro Maxakalisaurus topai, conhecido como Dinoprata. “Não é possível que a gente abra em 2026 sem o nosso dinossauro montado”, disse Kellner. Caso a meta de arrecadação seja atingida, o museu se compromete a investir mais R$ 200 mil para completar a montagem e pintura do dinossauro.

O incêndio que devastou o Museu Nacional ocorreu em setembro de 2018, destruindo cerca de 80% do acervo de 20 milhões de itens. As obras emergenciais foram concluídas em agosto de 2019, e as intervenções nas fachadas e telhado do prédio histórico começaram em novembro de 2021. “Cinquenta por cento do prédio já estão recuperados. Estamos avançando, continuamos com esse processo e agora, no segundo semestre de 2024, vamos dar início às obras do interior”, afirmou Lucia Basto, gerente executiva do Projeto Museu Nacional Vive.

toms5175
Coordenadora do projeto Museu Nacional Vive, Lúcia Bastos. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil.)

Enquanto as obras continuam, o museu realiza anualmente o Festival Museu Nacional Vive, com atividades gratuitas na Quinta da Boa Vista. Recentemente, inaugurou uma área vizinha ao prédio histórico para receber alunos de escolas, mantendo a conexão com o público durante o processo de reconstrução.

Com informações da Agência Brasil.