O fotógrafo e publicitário italiano Oliviero Toscani faleceu nesta segunda-feira (13), aos 82 anos, após lutar contra a amiloidose, uma condição rara que causa o acúmulo de proteínas insolúveis nos tecidos do corpo. O anúncio foi feito por sua família. Toscani foi um dos nomes mais emblemáticos da fotografia e da publicidade, reconhecido principalmente por suas campanhas inovadoras e controversas para a marca de roupas Benetton.
Seu trabalho transformou a publicidade em uma plataforma para discussões sociais e culturais, abordando temas como racismo, AIDS, pena de morte e anorexia. Entre suas campanhas mais notórias estão a imagem do beijo entre um padre e uma freira e o retrato de Isabelle Caro, uma modelo que denunciava a anorexia. Além disso, uma das campanhas mais polêmicas de Toscani envolveu a fotografia de David Kirby, um homem em leito de morte devido à AIDS, que foi utilizada para uma campanha de 1992, gerando reações negativas e boicotes.
Nascido em Milão, em 28 de fevereiro de 1942, Toscani iniciou sua colaboração com a Benetton em 1983, onde permaneceu como diretor de arte por duas décadas. Suas campanhas para a marca ultrapassaram os limites da publicidade tradicional, utilizando imagens impactantes para provocar reflexão e debate sobre questões sociais urgentes. Toscani defendia que a fotografia se tornava arte quando provocava uma reação no público, seja por interesse, curiosidade ou reflexão.
Além de seu trabalho com a Benetton, Toscani fundou a revista Colors. Ao longo de sua carreira, também colaborou com grandes nomes da moda, como Chanel, Valentino e Fiorucci, e contribuiu com publicações renomadas, como Vogue e Esquire. O legado de Toscani é marcado por sua visão de que a publicidade poderia e deveria ir além de promover produtos, tornando-se um veículo para provocar reflexões sobre a sociedade.
