Mombojó lança “Extra”, duas faixas bônus do álbum “Carne de Caju”

“Coração Bobo” e “Solidão” integram o repertório disco produzido em homenagem ao conterrâneo Alceu Valença e chegam às plataformas digitais nesta sexta (27)

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(Divulgação)

“Zabumba bumba esquisito”. Segundo Alceu Valença, compositor de “Coração Bobo”, é assim que batem os corações dos aflitos, iludidos por uma paixão que não tem jeito, porque estoura que nem pipoca dentro do peito. Segundo o próprio, também ficam descompassados os corações aos poucos devorados pela “Solidão”, a fera “prima-irmã do tempo, que faz nossos relógios caminharem lentos”. 

Após um período em compasso de espera, essas duas canções foram regravadas e formam Extra, as faixas-bônus que agora se integram ao repertório do elogiado e premiado Carne de Caju, projeto do grupo Mombojó em homenagem ao mestre conterrâneo. Rememorando os antigos compactos, que traziam uma música de cada lado, ambas chegam às plataformas digitais no próximo dia 27 de setembro.

“O sentimento por trás de ‘Extra’ foi esticar um pouco mais a brincadeira de nos reinventarmos através da obra de Alceu. As duas músicas já tinham se inserido no nosso repertório ao vivo desde os primeiros shows dessa turnê, e aproveitamos uma coincidência de acasos para gravá-las em um raro dia livre com todos nós na mesma cidade”, explica o baixista Missionário José. 

Chiquinho, integrante do Mombojó, destaca que “esse disco especificamente, o Carne de Caju, acabou furando algumas bolhas do Mombojó. Não estávamos tão habituados a tocar, e ele facilitou que a gente voltasse a tocar em cidades que fazia muito tempo que não íamos. Fizemos shows em lugares inusitados, como no aniversário do Conservatório de Música de Tatuí, uma experiência muito bacana”.

Os dois singles que se juntam às oito canções deste primeiro trabalho não autoral do Mombojó em mais de 20 anos de carreira. Com “Carne de caju”, sétimo disco de estúdio do grupo pernambucano, o Mombojó foi o vencedor do Prêmio da Música Brasileira 2024 na categoria Melhor Grupo de Pop/Rock.  

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Chiquinho também comentou sobre a relação entre as músicas de Alceu e o repertório da banda: “A gente mescla um pouco das músicas que gravamos de Alceu com hits da carreira do Mombojó. As músicas dele acabam dialogando com algumas das nossas, e as pessoas se identificam com essa construção que fazemos”.

Com um show que vem rodando (e enchendo) casas por todo o Brasil, o álbum foi lançado em janeiro último, com regravações de músicas como “Amor que vai”, “Como Dois Animais”, “Tomara”, “Estação da Luz” e “Romance da Bela Inês”. As duas últimas ganharam videoclipes, e um terceiro já está em fase de produção. No total, serão 10 as releituras de lindas composições de um dos maiores representantes do cancioneiro nordestino – e nacional. 

“Até agora o projeto tem sido extremamente generoso conosco, já passamos por mais de 25 cidades em 9 estados. Voltamos a lugares em que não íamos havia muito tempo, e fomos pela primeira vez a alguns outros. Então, achamos importante somar um pouco mais a esse repertório para manifestar nossa gratidão, tanto à nação Mombojovem quanto ao mestre Alceu Valença, como uma forma de recarregar as baterias para mergulharmos no nosso próximo disco autoral”, complementa o baixista.  

Chiquinho também comentou sobre as novas regravações: “Essas duas músicas, Coração Bobo e Solidão, surgiram depois que já havíamos lançado a primeira leva de músicas. Sentimos a necessidade de complementar, e Coração Bobo é um hit muito forte, especialmente para a gente que é de Recife. Queríamos trazer uma nova interpretação sem mudar muito a essência da canção”. Ele ressaltou que, em Solidão, a banda optou por uma abordagem mais reflexiva: “Essa música fala sobre contemplação, e também é um terreno onde o Mombojó se sente à vontade”.

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Mombojó em três minutos

O Mombojó é uma banda brasileira formada em abril de 2001 no Recife, capital de Pernambuco. Após um circuito de sucesso nos palcos do Estado, em 2003 a banda ganhou incentivos culturais e gravou “Nadadenovo”, estreia em disco, lançado em 2004, com o qual conquistou excelentes críticas em todo o país (e relançado em vinil em 2019). Com o show, realizou uma turnê com casas lotadas nas principais praças do Brasil. O álbum ganhou o prêmio de Melhor Banda Brasileira em 2004 e, com o disco seguinte, “Homem Espuma”, ganhou o prêmio de Melhor Disco em 2006, ambos eleitos pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

Em 2010, o grupo lançou o terceiro CD, “Amigo do Tempo”, com o qual teve os clipes das músicas “Papapa” e “Antimonotonia” indicados a Melhor Clipe do Ano de 2010 e 2011, respectivamente, no VMB, prêmio anual da MTV. Em 2013, lançou o disco “Mombojó 11o Aniversário” e, no ano seguinte, “Alexandre”, ambos pela Som Livre/Joinha Records. Em 2017, lançou “Summer Long”, álbum gravado em parceria com a artista francesa Laetitia Sadier, em dobradinha da Som Livre no Brasil com o selo europeu Elefant Records. 

Já em 2020 a banda lançou o álbum de músicas inéditas intitulado “Trilha Sonora Original do Filme Deságua” reunindo 12 singles lançados ao longo dos últimos 12 meses nas plataformas digitais. Em 1º de maio de 2021, junto da Quixó Produções, o Mombojó lançou o longa-metragem “Deságua”, que reúne material inédito a clipes da banda divulgados apenas pelas redes sociais, exibido no canal por assinatura Music Box Brasil. Ao longo desses anos, a banda já se apresentou pelos maiores festivais do país, incluindo o Lollapalooza, Abril Pro Rock, Rec Beat, Coquetel Molotov, Brasil no Ar (Barcelona), Grito Rock, Mada, Do Sol, Planeta Terra, Porão do Rock, Teresina Rock, SWU e TIM Festival, apenas para citar alguns.