No último domingo (2), a Avenida Paulista em São Paulo foi palco da 28ª Parada do Orgulho LGBT+, que atraiu uma multidão de participantes. Com mais de 16 trios elétricos e uma programação repleta de shows, incluindo apresentações de artistas como Pabllo Vittar, Glória Groove e Filipe Catto, o evento foi marcado por uma atmosfera de celebração e reivindicação de direitos.
Este ano, o tema escolhido, Basta de Negligência e Retrocesso Legislativo – Vote Consciente por direitos da população LGBT+, refletiu a preocupação dos organizadores em promover discussões sobre a importância de eleger representantes comprometidos com as demandas da comunidade LGBTQIAPN+.
Uma das características distintivas da Parada foi o “dress code” definido pela organização, incentivando os participantes a vestirem roupas nas cores da bandeira do Brasil (verde e amarelo), além dos tons do arco-íris. Essa iniciativa visava resgatar os símbolos que haviam sido associados a certos movimentos políticos, como os atos de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante a tarde, o coro “a bandeira é nossa” ecoou entre os presentes.
Além das manifestações culturais e de identidade, a Parada também teve um foco político, com discursos de figuras como o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). Também marcaram presença no evento os deputados federais e pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP).
Pela primeira vez desde 1997, o trajeto da Parada foi alterado: devido às obras na Avenida Paulista, os trios percorreram o lado ímpar da avenida, com o público sendo orientado a entrar no evento pelas ruas Haddock Lobo e Bela Cintra.
Além disso, a Parada estabeleceu uma parceria com a prefeitura para ações de sustentabilidade mais efetivas. Foram instalados 100 ecopontos ao longo da Avenida Paulista e da Rua da Consolação para recolhimento de resíduos. A presença de catadores auxiliou na limpeza do trajeto e, após o evento, serão plantadas árvores para compensar as emissões de CO2.
Diversas iniciativas foram implementadas para tornar a Parada ainda mais inclusiva em 2024. Além dos tradicionais shows e desfiles, o evento incluiu casamentos de dois casais homoafetivos, dois novos palcos e rodas de conversa abordando temas como racismo e empoderamento feminino.