Lia de Itamaracá ganha uma exposição história a partir desta quinta com Lia – A Ilha e a Ciranda, um trabalho multimídia que conta a história da cirandeira mais famosa do país.
A história de Lia, que começou como uma empregada doméstica e merendeira e só foi descoberta tardiamente, é curiosa para mostrar o apelo de tradições musicais dentro da cultura pop pernambucana. Ela fez sucesso nos anos 1990, mesma época do manguebeat de bandas como Chico Science e Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, entre outros. Sua aparição faz parte de um contexto de valorização e autoestima de ritmos como maracatu, ciranda e coco entre as bandas e entre o público.
Pelo seu tom autêntico, ela conseguiu destaque no exterior. O The New York Times a comparou com a cabo-verdiana Cesária Evora. Lia de Itamaracá fez a ciranda extrapolar os chamados circuitos folclórico e tocou em palcos diversos, na Europa e na América do Norte. Aqui no Brasil chegou a ser destaque em edições do Abril Pro Rock.
A exposição sobre sua carreira acontece no Centro Cultural Correios, no Recife Antigo misturando música, história e arte contemporânea. Em instalações criadas e executadas exclusivamente para a exposição, a artista visual Lia Leticia e o grupo 3Ecologias.net (Ricardo Brazileiro e Ricardo Ruiz) exploram o universo da cantora.
Veja um trecho exclusivo do documentário sobre a vida de Lia. A exposição acontece no Centro Cultural Correios, no Recife Antigo até o dia 1º de dezembro. Depois segue para Rio de Janeiro e Brasília.