O festival Janela Internacional de Cinema do Recife está de volta e realiza suas sessões em várias salas da capital pernambucana entre os dias 6 (próxima segunda) e 12 de novembro. A estreia será com o longa Sem Coração, de Nara Normande e Tião, às 19h, no Teatro do Parque.
Além do Teatro do Parque, a programação estará em cartaz no Cinema da UFPE, na Cidade Universitária, e nas salas Derby e Porto Digital do Cinema da Fundação, com ingressos antecipados vendidos pelo Sympla e uma parte também à venda nas bilheterias antes de cada sessão, sujeito à capacidade da sala. Os ingressos serão vendidos a R$ 5,00 (meia) e R$ 10,00 (inteira). As sessões no Cinema da UFPE são gratuitas.
O festival traz longas e curtas, entre nacionais e internacionais, que serão exibidos nas mostras não-competitivas de “Clássicos”, “Lançamentos” e “Sessões Especiais” num total de 60 títulos em cerca de 50 exibições.
Idealizado por Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux ao realizarem, em 2008, o Janela Internacional de Cinema do Recife, tem como proposta apresentar obras do cinema mundial em diálogo com os clássicos e a produção autoral local.
Uma novidade este ano são as apresentações artísticas ao vivo, performances de grandes Divas do Lipsync recifense, como Sharlene Esse, Odilex e Raquel Simpson que abrirão algumas sessões surpresas de filmes. As performances vêm para dar continuidade ao legado dos cineteatros, locais em que as artes performáticas e o cinema sempre andaram juntas.
O filme de estreia amplia em pouco mais de uma hora a história que Nara Normande e Tião contaram em 2014 no formato de curta, com 25 minutos de duração, da menina Tamara às voltas com as últimas semanas de férias numa vila de praia antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de “Sem Coração” por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa.
Sem Coração, o longa, estreou no Brasil no início de outubro deste ano no 25º Festival do Rio na Première Brasil, levando o Prêmio Félix de Melhor Filme e o Prêmio Redentor de Melhor Fotografia. Antes disso, em setembro, foi exibido na sessão Horizontes, no 80º Festival de Veneza, na Itália, único filme brasileiro da competição.
Outros destaques do Janela de Cinema 2023
Vários filmes que se destacaram no circuito de festivais chegam ao Recife pela primeira vez. Folhas de Outono (de Aki Kaurismäki), Não Espere Muito do Fim do Mundo (de Radu Jude), Estranho Caminho (de Guto Parente), O Auge do Humano 3 (de Teddy Williams), O Dia que te Conheci (de André Novais de Oliveira), Los Colonos (de Felipe Gálvez Haberle) e La Tierra los Altares (de Sofia Peypoch) são alguns dos títulos que estão na programação.
No contexto das sessões especiais, destaque para o novo filme de Benjamin Naishtat, Puan, bem como um programa especial assinado pelo projeto de longa data “Mutual Films”, sob a orientação de Aaron Cutler e Mariana Shellard, que incluem uma seleção de curtas experimentais do renomado cineasta japonês Toshio Matsumoto.
O festival também marcará os 10 anos do coletivo Surto & Deslumbramento com uma retrospectiva que ilustra o rico trabalho do grupo ao longo da última década. O longa musical da talentosa dupla Ary Rosa e Glenda Nicácio, intitulado Mungunzá, também será exibido em uma apresentação especial e será precedido pelo curta-metragem Brainstorm – Chuva na Vidraça da Mente, do realizador Odilon Lopez.
Clássicos
Tatuagem, de Hilton Lacerda, que em 2023 completa 10 anos de lançado, é destaque na Mostra Clássicos, junto com Os Homens que eu Tive, de Tereza Trautman, filme de 1973, considerado o primeiro filme brasileiro ficcional dirigido por uma mulher, com Darlene Glória no elenco, que teve sua temporada de exibição interrompida pela ditadura militar. A sessão contará com a presença da diretora.
Uma seleção de clássicos foi desenhada para oferecer ao público títulos essenciais da cinematografia mundial, apresentados em versões 2K ou 4K, com a promessa de lançar luz a cópias raras, algumas das quais nunca antes exibidas no contexto cinematográfico, como os curtas Chico da Silva, de 1977, Homens Trabalhando, de 1978 e A Visita, de 1982.