J. Borges, mestre da xilogravura e do cordel, morre aos 88 anos

O artista deixa um legado para a cultura brasileira

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Foto: Museu do Pontal/Divulgação.

J. Borges, xilogravurista, poeta e cordelista pernambucano, faleceu na manhã desta sexta-feira (26) aos 88 anos. Ele estava em sua residência em Bezerros, no Agreste de Pernambuco, cidade onde nasceu e viveu sua vida inteira. De acordo com seus familiares, J. Borges morreu de causas naturais por volta das 6h da manhã. As informações sobre o velório e o enterro ainda não foram divulgadas.

Nas redes sociais, personalidades prestaram suas homenagens ao artista. Cida Pedrosa, poeta, advogada e vereadora do Recife, expressou seu pesar pela perda do mestre.

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Nascido em 20 de dezembro de 1935, na zona rural de Bezerros, José Francisco Borges começou a trabalhar aos 10 anos. Em 1964, publicou seu primeiro cordel e passou a ilustrar seus versos com xilogravuras, talhando as imagens diretamente na madeira, sem esboço ou rascunho.

Ao longo de sua carreira, o artista recebeu diversos prêmios, incluindo a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o prêmio da Unesco na categoria Ação Educativa/Cultural e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco. Ilustrou capas de livros de escritores como Eduardo Galeano e José Saramago, inspirou documentários e o desfile da escola de samba Acadêmicos da Rocinha, em 2018.

J. Borges produziu 314 folhetos de cordel e inúmeras xilogravuras expostas em museus como o Louvre e o Museu de Arte Moderna de Nova York. Ele foi o único artista brasileiro convidado a participar do Calendário da ONU em 2002.

Em junho de 2023, uma de suas obras foi presenteada ao Papa Francisco pelo presidente Lula. A obra, intitulada Jesus, Maria e José: A Sagrada Família, retrata a família com Jesus criança sob um céu estrelado.

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Foto: Reprodução/Vaticano.