Gongada Drag
Teatro Rio Mar, 18 de julho de 2025
O Recife finalmente teve a oportunidade de se divertir com o Gongada Drag, que trouxe em seu elenco algumas das maiores artistas da diversidade do Brasil, na quinta (17) e sexta (18), da semana passada, no Teatro RioMar, Pina, na Zona Sul da cidade, com ingressos esgotados. O espetáculo, criado pelo comediante Bruno Motta, em 2024, em São Paulo, virou febre entre os amantes de humor e cultura drag. De lá para cá, esta arte cheia de irreverência lota os teatros em sua primeira turnê nacional. São aproximadamente duas horas de um show de drags em que, com muita criatividade e bom humor, umas zombam das outras, mas sem perder a amizade.
A celebração reuniu um time de talentos poderosos da cena drag e da comédia. Divertiram o público as afiadas Suzy Brasil (conhecida por sua participação no LOL Brasil e Ferdinando Show) e Frimes (da Caravana das Drags), além de Virginia Del Fuego e o humorista pernambucano Júnior Chicó. O palco ainda recebeu nomes da cena do Estado como Salário Mínimo (a cachorra Xôla), Sayuri Heiwa e Betty Xuca.
Um dos pioneiros da comédia stand-up no Brasil, Bruno Motta reúne em um dos espetáculos mais divertidos dos últimos tempos, uma verdadeira constelação de estrelas da arte drag e do humor. “É um espetáculo muito grandioso, feito por uma iniciativa minha, como produtor, e que coloco à disposição das drags o meu know-how, não só de produção, como de comediante, para a gente conseguir atingir esse objetivo de comédia, que é um resultado final”, afirma.
- Leia mais: Papo com Bruno Motta, criador do Gongada Drag: “a melhor definição para o show é que é imprevisível”
No Teatro RioMar, teve piada boa, um pouco de shade, muito improviso, gargalhadas do elenco se divertindo e um bando de drags fazendo história no palco com muito humor, amor e orgulho. Se rir é um ato de resistência, a plateia resistiu até doer o queixo. Além do brilho das rainhas, o criador e também apresentador do Gongada Drag, Motta comandou a noite com seu tempo preciso e ágil para o humor.
“Fiquei orgulhosa. Bruno me convidou e foi uma honra estar aqui com ele. Amei muito, foi uma experiência incrível”, celebrou Salário Mínimo, conhecida como integrante da Trupe do Barulho, companhia de humor recifense que revelou, entre outros talentos, Jeison Wallace (Cinderela), Gil Araújo, Roberto Costa e Aurino Xavier. Como a cachorrinha Xôla, foi das participantes da noite que mais arrancaram gargalhadas da plateia, inclusive, fazendo trocadilhos com os nomes dos colegas: Prime [Frimes] e Júnior Cipó [Júnior Chicó].
Já Sayuri Heiwa, com quase 20 anos de carreira, conhecida como a “drag japa do Brasil”, apresentou uma performance vibrante do hit “Frevo Mulher”, eternizado na voz da cantora paraibana Elba Ramalho. “É muito importante esse networking que acontece entre os estados e é fundamental aprender um pouco da cultura de outras regiões. Cada lugar tem uma estrutura diferente e uma arte de transformismo e de arte drag queen também. O Gongada contribui muito para a nossa história, para a nossa luta e para a nossa arte transformista e drag queen”, asseverou.
Sucesso do formato
O surgimento de programas de televisão como RuPaul’s Drag Race, sua versão brasileira e outros como Caravana das Drags, e também o Drag Me As A Queen impulsionou a popularidade da cultura drag para um público global, resultando em uma explosão criativa. Drag queens têm sido reconhecidas como ícones de autoexpressão, diversidade e inclusão, inspirando inúmeras pessoas a abraçar suas identidades únicas.
Por sua vez, com um formato dinâmico e imprevisível, com queens que marcaram presença em realities, além de comediantes que provocam o riso fácil e inteligente. “É esse olhar de qualidade, de humor, desse tipo de comédia que agrada a gente e que não existia. Não havia nem essa comédia e nem um produto para a nossa comunidade”, acrescenta Motta.
Um dos triunfos do Gongada Drag é ser um show único e surpreendente, com performances e interações inéditas pela formação do elenco diferente a cada edição, tornando a experiência sempre nova e cativante. Afinal, as drags estão com tudo! E esse show foi mais um verdadeiro espetáculo da diversidade!
“É um produto coletivo, a gente não teria essa qualidade sem o talento das drags e sem o humor dos comediantes que agregam. É uma coletividade da equipe toda, desde a técnica, produção e elenco. Mas com esse olhar que todo mundo precisa estar no ‘mesmo carro’ e indo para o mesmo lugar, senão a gente também não chegaria nesse sucesso de hoje”, completa Motta.
Para quem perdeu as duas sessões no fim de semana ou quer conferir novamente, pode assistir às próximas apresentações do Gongada Drag na capital pernambucana estão previstas para novembro e janeiro, de acordo com a produção do evento.
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