O filme brasileiro O Último Azul venceu o Urso de Prata, do Grande Prêmio do Júri, no Festival de Berlim. A entrada dos troféus aconteceu neste sábado (22).
Dirigido por Gabriel Mascaro (Boi Neon e Divino Amor), O Último Azul (“The Blue Trail”, em inglês) é uma ficção científica distópica ambientada na floresta amazônica e mostra um futuro onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional para “desfrutar” seus últimos anos de vida. O longa foi ovacionado durante a sua exibição na semana passada.
Também conhecido como Berlinale, o festival é considerado um dos maiores eventos cinematográficos do mundo ao lado do Festival de Cannes e do Festival de Veneza. Para a cerimônia de premiação, neste sábado (22), no Berlinale Palast, estiveram presentes o diretor Mascaro, Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, os produtores Rachel Daisy Ellis e Sandino Saravia Vinay, além de outros integrantes da equipe.
Todd Haynes (Carol, Longe do Paraíso) foi o presidente do júri da competição oficial deste ano. Mais cedo, durante a premiação dos júris paralelos à competição principal, Mascaro conquistou dois prêmios: o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost.

“Muitos filmes que me inspiraram como cineasta estrearam aqui [na Berlinale]. Quero expressar minha mais profunda gratidão ao júri por confiar este prêmio ao meu filme. Ele existe graças à dedicação de muitas pessoas que trabalharam duro para transformar este sonho em realidade. ‘O Último Azul’ fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para encontrar um novo significado na vida”, ressaltou Gabriel Mascaro ao receber o Urso de Prata.
Denise Weinberg destacou a potência do cinema nacional: “Estamos muito, muito felizes com esse Urso de Prata e alavancando o cinema brasileiro depois de anos de trevas. Somos capazes, sim, somos criativos, sim. Temos de levantar nossa autoestima e continuar resistindo!!!”
Outros prêmios no Festival de Berlim
O Urso de Ouro, o principal prêmio do festival, foi para Dreams (Sex Love), do norueguês Dag Johan Haugerud. O longa é o encerramento da trilogia Dream Sex Love, iniciado no ano passado. A história gira em torno do amadurecimento pessoal de uma adolescente e sua relação com uma professora.


O prêmio do Júri foi para mais um filme sulamericano, The Message, do argentino Iván Fund. A melhor direção foi para o chinês Huo Meng por Living The Land. Rose Byrne conquistou o prêmio de melhor performance por If I Had Legs, I’d Kick You e Andrew Scott conquistou reconhecimento de melhor atuação como coadjuvante por Blue Moon, de Richard Linklater.
O prêmio de melhor documentário foi para Brandon Kramer por Holding Liat, produção que mostra a reação de uma família israelense cujo filho é levado como refém do Hamas no 7 de Outubro. Já o Teddy Awards, voltado para uma produção LGBTQIA+ foi para a animação australiana Lesbian Space Princess.