Festival Janela Internacional de Cinema do Recife anuncia vencedores da competição

O festival premiou curtas e longas-metragens, destacando novos talentos

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Foto: Isabela Ferro/Revista O Grito!.
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Na sexta-feira (8), o Janela Internacional de Cinema do Recife divulgou os vencedores de sua competição oficial de curtas-metragens e longa-metragens. A cerimônia de premiação, que marcou o encerramento da 15ª edição do evento, destacou produções que exploram novas linguagens cinematográficas e temas sociais.

Na categoria de Melhor Filme, o prêmio foi concedido a Ramal, de Higor Gomes (MG). A obra foi destacada pelo júri, que ressaltou a perspectiva de retratar uma juventude cujas vontades e coragem têm o poder de transformar a natureza. “Pelo olhar fabulador para a paisagem urbana, pelo expressivo domínio da linguagem e pela inventividade em dotar cada plano de força e magia, criando assim uma obra de CINEMA!” disse Luciana Veras, membro do júri.

Na categoria Melhor Imagem, houve um empate entre os curtas Fenda, de Lis Paim (CE), e Mborairapé, de Roney Freitas (SP). O júri elogiou a fusão da beleza da ancestralidade com a urgência da contemporaneidade em Mborairapé, com Luciana Veras afirmando: “Em um dos nossos idiomas matrizes, as imagens se imbricam de modo plástico e telúrico, fazendo convergir a beleza da ancestralidade com a urgência da contemporaneidade… Para escutar as profundezas da Terra com a instigação do rap”.

Fenda foi destacado pela delicadeza de suas imagens e a emoção provocada pelas atuações de duas mulheres negras, como ressaltou Luciano Vidigal: “Uma imagem que emociona: o rosto das atrizes, a pele preta iluminada e enquadrada de modo a fazer jus à construção dramática do roteiro”.

O Melhor Som foi atribuído a Cabana, de Adriana de Faria (PA), pela maneira única com que o desenho de som transforma a ausência de diálogos em uma linguagem incisiva. Luciano Vidigal comentou: “Quando o desenho de som transforma a ausência de diálogos em uma linguagem incisiva. Neste curta-metragem, o silêncio é um elemento chave, eloquente em um primeiro momento para depois explodir em som e fúria”.

A Menção Honrosa foi concedida ao curta Europa – Me avise quando chegar, de Victor Vieira (MG). “Beleza, elegância, dedicação a um trabalho de pesquisa que parte das imagens de arquivo para criar uma autoficção (ou seria uma invenção autobiográfica?) sobre todas as possibilidades de se forjar o próprio lugar – no passado, no presente e em todos os vislumbres de futuro,” afirmou Luciana Veras.

O Prêmio Janela Crítica – Melhor Filme foi concedido a Cavaram uma Cova no Meu Coração, de Ulisses Arthur, mesma produção que também recebeu o Prêmio Canal Brasil. Além disso, o filme Kasa Branca, de Luciano Vidigal, foi premiado com o Prêmio João Carlos Sampaio para Filmes Finíssimos que Celebram a Vida.

Kleber Mendonça Filho, cineasta e presidente do júri, fez uma reflexão sobre o encerramento do festival. “Houve uma presença muito forte não só do público, mas também de realizadores e realizadoras. Foi uma grande semana. Todo Janela nós vemos uma nova leva de pessoas jovens, mas também de pessoas que estão aqui pela primeira vez. Com a reforma e a paralisação da pandemia, cresceu o número de pessoas que estavam indo ao Cinema São Luiz pela primeira vez e essa foi uma das coisas mais bonitas do Festival”, comentou o diretor à Revista O Grito!.

“Em algumas sessões, eu perguntei quem estava indo ao São Luiz pela primeira vez, e aí cem pessoas levantavam as mãos. Eu ficava imaginando o que estava passando pela cabeça delas. É um cinema muito sedutor e lindo,” afirmou.