Ser gay e soropositivo no início dos anos 1980 era bronca pesadíssima (e em alguns hoje ainda É)
Em 1983, o resultado positivo para o teste de HIV mais parecia uma sentença de morte: com quase nenhum tratamento e muita desinformação, o início dos anos 1980 foi tenebroso para pessoas vivendo com o vírus. Pior: o preconceito era tanto que os pacientes viraram párias. Se fossem gays então, tudo era ainda pior. Hoje, tudo melhorou bastante (ainda que esteja bem longe de um cenário ideal, tanto na busca por uma cura quanto em relação ao modo como os soropositivos são tratados).
Uma exibição em Nova York mostra em cartazes e fotografia como foram os primeiros cinco anos da disseminação da doença. AIDS in New York: The First Five Years está em cartaz no New-York Historical Society, mas também pode ser visto pela internet. É um documento impressionante daquele período pós-Stonewall. Como lembra a revista especializada Out, a mostra fala de “uma florescente comunidade de jovens e vibrantes pessoas que se viram confrontadas, de repente, em uma crise médica, política e social que ameaçou os anos de liberdades conquistadas”.
Essas pessoas passaram então a se unir, cobrar mais direitos e lutar por mais tratamento. É desse período a aparição de grupos como a amfAR. Aqui no Brasil, a ABIA foi uma das primeiras, criadas por Herbert de Souza, o Betinho, em 1986.
A curadoria da exposição foi da galerista Jean Ahston, que reuniu imagens da New York Public Library, New York University, National Archive of LGBT History e coleções particulares. O New York Times fez a resenha de abertura da expo. “Apesar de algumas falhas, como focar em um determinado lugar e um tempo específico, em vez de investigar uma história mais ampla da doença, a exposição mostra como a aids rasgou o tecido social e político da cidade de 1981 a 1985”.
Quem for passar por Nova York, a exibição vai até o dia 15 de setembro. Quem não, uma boa parte da mostra pode ser vista a abaixo.