O documentário Gyuri, que expõe a trajetória de acolhimento entre a fotógrafa suíça e judia Claudia Andujar e a população indigena Yanomami, chega aos cinemas nesta quinta-feira (7). O longa-metragem é o primeiro da diretora pernambucana Mariana Lacerda.
A obra traça paralelos entre a luta pela sobrevivência de Cláudia, que ainda muito menina precisou enfrentar a Segunda Guerra Mundial e a perseguição nazista e a batalha constante da população indígena brasileira, que busca seus direitos e dignidade em um país excludente como o Brasil.
O pai de Cláudia foi levado ao campo de concentração de Auschwitz quando a fotógrafa tinha apenas treze anos e além desta perda, ela também perdeu durante a Guerra o menino de origem judia como a sua, Gyuri. Foi com este menino que Claudia deu seu primeiro beijo e mesmo com seus 90 anos, as lembranças do pai e do garoto a preenchem.
Ela se exilou no Brasil devido à Guerra e por aqui encontrou o sentimento de amor e de casa nos Yanomami, além da vontade de lutar pelos direitos de toda a população indígena.
No Brasil, ataques constantes seguem ocorrendo contra a população originária e recentemente, a questão dos garimpos ilegais veio à tona, dando luz a um problema de séculos de história nos quais o descaso foi a grande marca dos governantes para com a população indígena.
Sobre a produção do documentário, Mariana conta: “Optei por viajar com o mínimo de equipamento possível e uma equipe que me fosse muito familiar, porque queria causar o menor impacto na aldeia e criar um ambiente de afeto entre todos. O filme tem o menino Gyuri enquanto espírito-guia, para contar como Claudia viu os nazistas ocuparem sua cidade e se despediu para sempre, aos 13 anos, de seu pai, deportado para Auschwitz. Seu exílio a trouxe ao Brasil, onde abraçou a causa yanomami e fez deste o seu povo, sua casa”.
Confira o trailer do documentário aqui
