Crítica: Toda Poesia, de Paulo Leminski

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Foto: Julio Covello/Reprodução
Foto: Julio Covello/Reprodução

Obra completa de Paulo Leminski mostra que curitibano foi expoente pop da poesia brasileira

Se ovacionar Paulo Leminski (1944 – 1989) é um clichê, destratá-lo é das heresias, a pior de todas. Digna de condenação perpétua, sem direito ao purgatório. O curitibano, dono de poemas que reuniam em um mesmo arcabouço o concretismo de sua época e a rima que tanto fez falta aos grandes arautos daquela corrente, ganhou revisita com a publicação de Toda Poesia, pela Companhia das Letras.

Leia uma trecho do livro

A obra, que conta com apresentação de Alice Ruiz, revisita todas as poesias vociferadas por Leminski de Quarenta clics até Winterverno (título póstumo). Da primeira até a última folha, a alocação dos poemas é feita de forma cronológica, do primeiro ao último título, salvaguardando aqueles cuja publicação posterior poderiam parecer redundantes.

Assim, é possível traçar uma ampla visão sobre o crescimento do autor enquanto poeta, das suas ligações com os acontecimentos de cada época e, ainda, conjectuar, mesmo que de forma fria sobre os porquês de cada lançamento.

É impossível não deixar de expor a boa organização da obra capitaneada pela Companhia das Letras, a assertividade das palavras de José Miguel Wisnik em “Nota sobre Leminski cancionista”, e o apêndice com textos de Haroldo de Campos, Caetano Veloso, Leyla Perrone Moisés, Alice Ruiz, Wilson Bueno e do próprio Paulo Leminski. Recomendado. [Fernando de Albuquerque]

pauloleminskiTODA POESIA
Paulo Leminski
Editora: Companhia das Letras, 2013
424 páginas
Preço: R$ 46