Coco e cultura popular viram tema de mestrado e livro

“Da pisada do barro ao streaming: um estudo do samba de coco de Arcoverde-PE como indústria criativa para o desenvolvimento local”, de Paula Lourenço, será lançado nesta terça-feira (26), na Unicap

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(Foto: Kaian Alves/ Divulgação)

O Coco como expressão cultural e memória, mas também como instrumento de desenvolvimento social e econômico de Arcoverde.  A partir desse viés e sob o guarda-chuva do Festival Sesc de Economia Criativa, a jornalista e diretora de Programas Sociais do Sesc Pernambuco, Paula Lourenço, lança o livro Da pisada do barro ao streaming: um estudo do samba de coco de Arcoverde-PE como indústria criativa para o desenvolvimento local, nesta terça-feira (26), às 19h.

A agenda será no Pavilhão Maker da Universidade Católica de Pernambuco e integra a conversa “Culturas populares, indústrias criativas e desenvolvimento de territórios”, que terá a presença da autora, de Isaac Filho, da Casa Criatura e Adepe, Jamerson Lima, do Coquetel Molotov, sob mediação de Dario Brito e Carla Teixeira.

A obra é resultado da dissertação de mestrado de Paula, que imergiu na realidade de seis grupos de cocos de Arcoverde e no impacto que o Festival gera na cidade desde sua estreia, em 2021. Durante o estudo, ela buscou responder de que forma ele e a cultura popular contribuem para desenvolvimento local. “Procuramos ouvir, antes de tudo, os agentes que fazem do Coco essa expressão tão rica e potente. Conversamos com grupos para entender a realidade, saber os anseios e de que forma nós poderíamos atuar para seu fortalecimento”, conta a autora e agora mestre em Indústrias Criativas.

É nesse cenário que o estudo encontra o Festival Sesc de Economia Criativa, com ápice realizado em novembro. A iniciativa, que conta com o investimento de R$ 1,4 milhão, gera mais de R$ 1,7 mi de movimentação na cidade e eleva ao patamar de 90% a taxa de ocupação na rede hoteleira durante sua edição. Em três anos, foram mais de 125 mil atendimentos, participação de 174 artistas e de pelo menos de 100 empresas.

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Capa do livro (Divulgação)

Antes de sua realização, o projeto proporciona agendas de formações e estímulo ao empreendedorismo. “É um movimento para contribuir com os grupos para que eles se enxerguem como vetores de desenvolvimento local”, comenta Paula. 

A partir da escuta e das necessidades sentidas elos grupos Irmã Lopes, Raízes de Arcoverde, Trupé, Fulô de Barro, Quebra Coco Aliança e Pisada Segura, o Sesc, em parceria com o Sebrae, via Hub Criativo, criou um calendário de formações, como de roadie, gestão do negócio, precificação, reposicionamento. Os grupos, por sua vez, aperfeiçoaram sua entrada nas plataformas de música e vídeo, e redes sociais, fundamentais para o processo de divulgação e aumento de capilaridade.

“Temos esses resultados mensuráveis, que são fundamentais, mas também temos os que não podem ser valorados. Entre o início da pesquisa e a produção deste livro, já percebemos uma transformação na forma como o Coco é visto e nas relações entre os grupos”, adianta. Entre os impactos sociais, culturais e econômicos visíveis, estão a redução no preconceito, maior sentimento de orgulho e pertencimento, redução das antigas rixas entre eles, além da utilização das redes sociais como canais de relacionamento e venda, realização de ensaios abertos para maior aproximação com o público e melhoria da gestão financeira.

Lançamento de livro e conversa criativa

Data: terça-feira (26), às 19h
Local: Pavilhão Maker da Universidade Católica de Pernambuco (Rua do Príncipe, 526, Boa Vista)