UM FESTIVAL MASSIVO E DE VÁRIOS ESPECTROS
Sempre que se fala no Cine PE – Festival do Audiovisual, a primeira imagem que se configura na mente de produtores, cineastas, jornalistas e pessoas que mexem com o audiovisual de todo o país é decerto uma: público. Público de massa, a bem dizer. É consenso até entre paulistas, cariocas, gaúchos e brasilienses: não há outro festival de cinema do país que agregue maior soma de platéia, média de 3,5 mil pessoas por noite.
E nesta 12ª edição, o Cine-PE mais uma vez mostrou seu números superlativos. Além das sessões lotadas na mostra paralela do Cinema da Fundação (Fundaj), o Teatro Guararapes, que passa pela metamorfose de uma mega sala de projeção, chegou a ficar pequeno ao longo desses nove dias de exibições, principalmente neste fim de semana. Pais, crianças, estudantes, cineastas (a maioria jovem e poucos consagrados), atores, produtores; a presença de um público tão heterogêneo foi o reflexo da programação deste ano.
Com mais deméritos que louvações, a seleção de curtas e longas (que ultrapassou meia centena) atestou o perfil do festival de revelar a nova produção do cinema tupiniquim contemporâneo, exibindo trabalhos inéditos de André Sturm, Tabajara Ruas, Mauro Ginutini, entre outros. Por outro lado, também foi sintomática a fraca qualidade das projeções: a de que a apatia e a pouca criatividade, de uma forma geral, acomete uma fatia representativa do audiovisual brasileiro.
As sessões, que se prolongaram durante toda a última semana de abril e começo de maio, presentearam, porém, com boas surpresas. Nesse aspecto, Pernambuco não fez feio. Dois diretores recifenses, que fizeram suas estréias em longas, Daniel Bandeira e Leo Falcão, exibiram força criativa e boa maturidade técnica em seus trabalhos Amigos De Risco e Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife, respectivamente.
Coube, no entanto, aos curta-metragens digitais e em 35 mm, o papel de refrescar e dar um novo fôlego ao festival com roteiros ágeis e bem feitos. Entre os melhores, estavam Café Com Leite, de Daniel Ribeiro (filme de temática gay soft que conquistou o carisma da platéia); Câmara Viajante, do cearense Joe Pimentel; Dossiê Rê Bordosa,de César Cabral, e Filmes Que Não Fiz, de Gilberto Scarpa. Um festival de todas as cores, credos e gostos.
Leia abaixo o especial que a Revista O Grito! preparou com resenhas dos filmes (longas e curtas) que foram destaque na programação do 12º Cine PE – Festival do Audiovisual e que devem, em breve, estrear na salas nacionais. Divirtam-se!
ESPECIAL CINE PE 2008
Curtas
OCIDENTE, de Leonardo Sette
UM RIDÍCULO EM AMSTERDÃ, de Diego Gozze
DÉCIMO SEGUNDO, de Leonardo Lacca
CAFÉ COM LEITE, de Daneil Ribeiro
PORCOS NÃO OLHAM PARA O CÉU, Daniel Marvel
UM RAMO, de Juliana Rojas e Marcos Dutra
Longas
BODAS DE PAPEL, de Andre Sturm
AMIGOS DE RISCO, de Daniel Bandeira
SIMPLES MORTAIS, de Mauro Giuntini