Cine PE: Nível bem fraco no primeiro dia de curtas

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Cena de 12:40 (Divulgação)
Cena de 12:40 (Divulgação)
Cena de 12:40. Filme traz trama meio batida sobre suicídio (Divulgação)

Curtas da primeira noite do CinePE não entusiasmam

Por Alexandre Figueirôa
Editor da Revista O Grito!

Já está virando rotina a programação mixuruca de curtas do primeira dia do CinePE. Na noite desta sexta, os três filmes exibidos – 12:40, de Dario Jr.; Íris, de Kiko Mollica; e Joana, de Daniel Pinheiro – não arrancaram grandes aplausos do público presente e nem trouxeram nada de muito instigante em termos narrativos e estéticos.

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O primeiro curta mostrado é um esforço louvável de um grupo de estudantes alagoanos, estado onde o audiovisual e até mesmo a cultura em geral não conta com nenhum tipo de incentivo governamental para a produção artística. O filme 12:40 conta a história de um homem comum mergulhado em dívidas que toma uma decisão inesperada, largando tudo e indo deitar-se na linha de um trem pouco antes de sua passagem.

O diretor Dario Jr. consegue criar um clima de tensão e brinca com a imagem de modo a deixar o espectador intrigado com os desdobramentos da trama, mas essa história de suicídio de alguém em conflito com o sistema é muito batida e típica de primeira produção de aluno de curso de cinema. A equipe alagoana demonstra domínio no manuseio da imagem, mas precisa amadurecer um pouco mais.

Íris: O gênero "curta-piada" ainda faz sucesso (Divulgação)
Íris: O gênero “curta-piada” ainda faz sucesso (Divulgação)

Íris, ficção vinda de São Paulo com direção de Kiko Mollica é mais um curta piada, gênero narrativo que vem se difundindo de forma espantosa e todo ano apresenta inúmeros seguidores no Cine PE. A partir do mote “o amor é cego”, o filme mostra um rapaz com problemas de visão desde a infância que volta a enxergar plenamente e não consegue se adaptar ao mundo visível a ponto de deixar de amar a esposa. Inconformada ela fura os olhos dele e a paixão entre ambos renasce.

O curta inteiro é mostrado a partir do ponto de vista do protagonista, as imagens são desfocadas simulando o olhar do personagem. No momento em que ele recupera plenamente a visão a imagem torna-se nítida, mas quando ele tem os olhos furados, tudo fica escuro e passamos apenas a ouvir as vozes dele e da esposa. A piada arrancou risos da plateia, mas a história é meio besta.

Cena do curta Joana: seis minutos perdidos (Divulgação)
Cena do curta Joana: seis minutos perdidos (Divulgação)

Encerrando a noite tivemos um curta de animação mineiro, Joana, dirigido por Daniel Pinheiro Lima. Ele traz a história de uma garota de rua que acredita ter o poder de controlar a chuva. A menina vive de pequenos furtos e quando vê quatro crianças abastadas se divertindo numa piscina num dia ensolarado ela acredita estragar a brincadeira dos garotos fazendo chover. O desenho é um pouco tosco e a trama fraca, seis minutos de perda de tempo. Esperamos por melhores surpresas na noite de hoje.