Da Revista O Grito!
No dicionário pernambuquês, “pinoia” pode ser traduzido como algo bastante absurdo, mas no mau sentido. É aquele momento em que todos se perguntam se aquilo que está sendo visto é aquilo mesmo. Todos os anos, a Revista O Grito! realiza a cobertura do Cine PE – Festival do Audiovisual e escolhe os curtas e longas que merecem receber o aguardado troféu “Pinóia de Ouro”.
São filmes que fogem de qualquer compreensão e que, de tão absurdos, as pessoas exclamam ao sair da sessão: “Que pinoia é essa?”. Este ano, a decisão foi difícil, pois a seleção dos curtas teve um ganho de qualidade em relação ao ano passado. Já nos longas, muitos ficaram na média, mas um deles se sobressaiu. Sem mais delongas, vamos aos vencedores.
Curta: KM 58
Pela pretensão de fazer um filme cult e cabeça e no final só conseguir mostrar um curta sem pé nem cabeça
Menções “honrosas”: Quadros e Folhas.
Longa: Na Quadrada das Águas Perdidas
Pelo desfile de clichês sobre o sertão e conseguir fazer do excelente ator Matheus Nachtergaele um péssimo intérprete.
Menções “honrosas”: Corda Bamba – A História de Uma Menina Equilibrista
Também escolhemos nossos melhores curtas e longa desta edição. O melhor curta-metragem foi para Na Sua Companhia: “O curta não se define nem como documentário e nem como ficção. Transita entre os dois formatos com serenidade e nem por isso atropela a narrativa. Muito pelo contrário, com extrema habilidade ele extrai de um olhar naturalista um recorte poético e vai costurando uma cadeia de signos para mostrar como a construção dos espaços afetivos se delineia a partir da necessidade de amor inerente a todo ser humano independentemente das suas escolhas sexuais” (resenha completa aqui).
Já o melhor longa em nossa opinião foi para Estradeiros, que encerrou a mostra competitiva. “O longa não quer fazer um documento desse estilo de vida, nem contextualizar a situação deles na sociedade contemporânea hoje, mas sim abrir uma janela sobre um mundo que parece desconhecido por muita gente, mesmo estando tão próximo. A câmera vive à espreita, busca ângulos inusitados, pega a estrada, por vezes registra de longe momentos íntimos, dá closes no rosto. Tudo para criar uma sensação de proximidade com o espectador”. Leia mais aqui.
Nesta quarta (2), o festival anuncia os vencedores segundo o júri, o público e a crítica. Na sua opinião, quem deveria levar o Pinóia de Ouro?