“A Flor do Buriti” ganha pré-estreia em Recife com presença de diretores

A exibição com debate acontece na terça-feira (2) no Cinema da Fundação

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Foto: Divulgação.

Amanhã (2), às 19h, o Cinema da Fundação Porto Digital em Recife receberá a pré-estreia do filme A Flor do Buriti. Dirigido por Renée Nader Messora e João Salaviza, o longa será exibido em uma sessão especial seguida de um debate com a presença dos próprios diretores e do cineasta Vincent Carelli.

O filme, que será lançado nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (4) pela Embaúba Filmes, já foi exibido em mais de 100 festivais ao redor do mundo e conquistou catorze prêmios, incluindo o de melhor elenco na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes.

A Flor do Buriti foi filmado durante quinze meses em quatro aldeias na Terra Indígena Kraholândia, no norte do Tocantins, e aborda a luta do povo indígena Krahô pela terra e as diferentes formas de resistência que têm implementado ao longo dos anos. O filme atravessa 80 anos de história dos Krahô, destacando eventos significativos, como um massacre em 1940 perpetrado por fazendeiros, e suas repercussões nas novas gerações.

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Foto: Divulgação.

“O filme nasce do desejo em pensar a relação dos Krahô com a terra, pensar em como essa relação vai sendo elaborada pela comunidade através dos tempos”, explica a diretora Renée Nader Messora. “As diferentes violências sofridas pelos Krahô nos últimos 100 anos também alavancaram um movimento de cuidado e reivindicação da terra como bem maior, condição primeira para que a comunidade possa viver dignamente e no exercício pleno de sua cultura”.

A construção da narrativa de A Flor do Buriti foi feita de maneira colaborativa, sem um roteiro fechado. A equipe, composta por indígenas e não indígenas, trabalhou junto à comunidade Krahô para desenvolver o enredo a partir de relatos históricos e da realidade atual. “A questão da terra é a espinha dorsal do filme. Propusemos aos nossos amigos na aldeia trabalharmos a partir desse eixo, imaginar um filme que pudesse viajar pelos tempos, pela memória, pelos mitos, mas, que, ao mesmo tempo fosse uma construção em aberto que faríamos enquanto fossemos filmando. A narrativa foi sendo construída com a Patpro, o Hyjnõ e o Ihjãc, que assinam o roteiro”, destaca João Salaviza.

Além do Festival de Cannes, o filme foi premiado em diversos outros festivais internacionais, incluindo Munique (Cinevision Award), Lima (Prêmio Signis), Mar del Plata (Prêmio Apima Melhor Filme Latino-Americano), Festival dei Popoli (Melhor Filme), Huelva (Prêmio Especial do Júri e Prêmio Melhor Filme Casa Iberoamérica), RIDM Montreal (Prêmio Especial do Júri), Biarritz, Viennale, e forumdoc.BH.

De acordo com a sinopse, em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia, prenunciando um violento massacre perpetrado por fazendeiros da região. Em 1969, durante a Ditadura Militar, o Estado Brasileiro incita muitos dos sobreviventes a integrarem uma unidade militar. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô seguem caminhando sobre sua terra sangrada, reinventando diariamente as infinitas formas de resistência.

Confira o trailer: