Angus durante show no Hammersmith Odeon, em Londres (Foto: T.Click)
HEAVY METAL FIEL
Sucessor de Stiff Upper Lip, de 2000, banda australiana surpreende pelo bom disco e também pela fidelidade ao estilo após dez anos parados
Por Iúri Moreira
AC/DC
Black Ice
[Sony/BMG, 2008]
O bom e velho rock ‘n’ roll está de volta. A banda preferida de 10 entre 10 motoclubes ao redor do planeta desovou Black Ice, seu primeiro trabalho após quase uma década de silêncio (o último havia sido Stiff Upper Lip, de 2000). Ao todo, são 15 faixas com produção de Brendan O’Brien. E, preparem-se, nada menos do que quatro músicas têm “rock ‘n’ roll” no nome. Ou seja, é paulada da boa.
E é mesmo. Na minha modesta opinião, é a melhor coisa que a banda fez desde Back In Black, de 1980. Tem tudo o que se espera de um disco do AC/DC. Contagiante, é para tocar na estrada; no churrasco com os amigos; na festinha… Ou seja, em todo lugar.
A banda australiana é uma das poucas da história que construiu ao longo dos anos uma identidade tão própria que não consegue ser confundida com nenhuma outra. Em qualquer disco, de qualquer época, basta escutar alguns segundos para ter certeza de quem se trata. Por isso mesmo, as músicas são sempre muito parecidas umas com as outras (e ainda assim fantásticas!), sendo difícil apontar características marcantes em cada uma.
É simples assim: 99% das músicas do AC/DC começam com um riff de guitarra, depois entra o vocal, refrão, aí tem o solo de Angus Young, refrão e fim. Tudo marcado pela bateria mais quadrada – e por isso mesmo sensacional – do rock. Simples, eficiente e matador. Vou destacar quatro deste CD: “Rock ‘n’ Roll Train”, por ser a primeira; “Big Jack” e “Anything Goes”, dois hits em potencial e “Black Ice”, que fecha e dá nome ao disco. Mas isso não quer dizer que são as melhores. Todas são muito boas, e parecidas.
Discasso, que não pode faltar na estante de quem curte rock ‘n’ roll da melhor qualidade. E que a gente não precise esperar mais oito anos pelo próximo!
NOTA: 8,0