Crítica: Blues For Lady Day é uma HQ-documentário sobre Billie Holiday

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Depois de lançar no Brasil a biografia de John Coltrane, a Veneta adiciona ao seu catálogo mais um trabalho do quadrinista italiano Paolo Parisi, desta vez sobre a estrela do blues, Billie Holiday. Blues For Lady Day apresenta a trajetória da cantora, desde seu início nos clubes baratos do Harlem, EUA, até sua aclamação mundial. Mostra ainda a sua amizade com a lenda Louis Armstrong e Count Basie. E traz também sua relação conturbada com as drogas, álcool, o que, adicionado ao racismo institucionalizado, a levaram para a prisão diversas vezes.

Primeira cantora negra a se apresentar com uma banda de músicos brancos, Billie viveu uma das piores épocas de segregação racial nos EUA e foi vítima desse sistema fincado no preconceito diversas vezes, o que incluiu episódios de violência. Parisi colocou as tensões do cenário político como pano de fundo dessa sua obra.

O estilo segue o mesmo que vimos em Coltrane, ou seja, um misto de biografia com ensaio visual, o que aproxima o gibi de um documentário em quadrinhos. Essa HQ traz como abertura dos capítulos títulos de canções de Billie Holiday e toda a narrativa é conduzida por falas da cantora feitas em diversas entrevistas e apresentações.

Essa biografia da artista não supera o clássico Billie Holiday, dos argentinos Carlos Sampayo e José Muñoz, mas faz jus à importância de Billie para a cultura pop.

BLUES FOR LADY DAY – A HISTÓRIA DE BILLIE HOLIDAY
Paolo Parisi
[Veneta, 112 páginas, R$ 54,90 / 2018]
Tradução de Rosane Pavam

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