Crítica: Estreia da banda bule surpreende com pop viajado e experimental

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A banda pernambucana bule consegue imprimir um sabor bem marcado já no disco de estreia. Som viajadão, psicodelia, batidas com ecos do pop radiofônico dos anos 1980, tudo isso aparece no som da banda, mas ao mesmo tempo rola uma quebra de expectativa por ser tratar de algo inusitado em relação ao que estamos acostumados na cena local.

A pegada tropical, que se apropria do pop brasileiro oitentista, se une a um aspecto experimental com letras nonsense. Produzido por Benke Ferraz, do Boogarins, o disco ganhou uma roupagem que mostra sofisticação ao mesmo tempo em que conserva o estilo mais lo-fi, caseirão, amplificando o tom mais descontraído da bule.

O bule, inclusive, vem de “buliçoso”, que é uma palavra do pernambuquês que denota malícia, diversão. Esse primeiro trabalho, com oito faixas, vem depois do EP com “Coro” e “Azul” e traz surpresas como “Cabe Mais Ainda”, com seu vocal romântico e a dançante “Havia Tempo”. A bule chega com uma estreia promissora e se mostram como ótimos representantes da renovação que está rolando na cena de Pernambuco.

BULE
Cabe Mais Ainda
[Tratore, 2018]

 

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