O poeta e pintor Montez Magno e a artista plástica Tereza Costa Rêgo ganham biografias em livro esta semana.
Dando continuidade à série da coleção Memórias (selo sobre personagens da vida cultural pernambucana), a Cepe Editora lança nesta quarta-feira (18), às 19h, duas biografias no Museu do Estado de Pernambuco (MEPE): Montez Magno: Poeta, Artista, Camaleão, assinada pela jornalista Olívia Mindêlo; e Tereza Costa Rêgo: Uma Mulher em Três Tempos, escrita pelo também jornalista, Bruno Albertim.
Defensor da liberdade de experimentação, o pernambucano de Timbaúba Montez Magno, 83 anos, sempre foi avesso a movimentos e grupos, mas nunca indiferente a tudo o que o cerca. Acabou por se tornar um colecionador, um acumulador de objetos, livros, papéis… Tudo o que esse poeta-pintor viu e leu já virou arte ou poesia.
A também artista e pernambucana Tereza Costa Rêgo, 89, passou muitos anos da vida resguardando a liberdade – a sua própria, a de seu grande amor, um dos líderes do Partido Comunista Brasileiro Diógenes Arruda Sampaio, e por que não dizer a dos ‘camaradas’ a quem ela ajudou nos tempos de exílio durante a Ditadura Militar. Nas 240 páginas da biografia Tereza Costa Rêgo: Uma Mulher em Três Tempos, desnuda-se ao apreciador a prolífica e, por muito tempo, conturbada vida de uma mulher que foi três: Terezinha, na infância e adolescência cercada pelos mimos e rigidez patriarcal herdados da aristocracia açucareira, quando seguia “enfeitando o piano da sala” – assim se definia. Na clandestinidade largou tudo para ser Joanna, fugitiva política ao lado do amado Diógenes. Só mais tarde, já confortavelmente aboletada em seu sobrado em Olinda, onde vive até hoje, tem sido Tereza, a artista do vermelho, dos gatos e dos corpos femininos. Conta Bruno Albertim, em trecho do livro, que certa vez disse o escritor Raimundo Carrero: “(Em Tereza) não se constrói uma obra de arte com plumas e lantejoulas, mas com dor e sangue”.
Em prosa e muita poesia, na biografia Montez Magno: Poeta, Artista, Camaleão (256 páginas), assinada pela jornalista Olívia Mindêlo, e com prefácio da curadora do Museu de Arte do Rio (Mar), Clarissa Diniz, o leitor encontrará a trajetória de Montez até aqui, colhida em 11 entrevistas gravadas com cerca de duas horas e meia, cada, além de incontáveis conversas em um ano de convivência, e ainda leitura de correspondências trocadas entre Montez e nomes como o escritor Osman Lins e os poetas Carlos Drummond de Andrade, Augusto de Campos e Ferreira Gullar.